ForbesRound: novidades no Cadastro Ambiental Rural e outras notícias do agro

17 de maio de 2021

Na última quinta-feira (13), o SFB (Serviço Florestal Brasileiro) anunciou o lançamento de uma nova tecnologia que deve acelerar a análise de dados declarados no CAR (Cadastro Ambiental Rural). Conforme o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a análise das informações enviadas por produtores rurais é “fundamental para a implantação efetiva do Código Florestal Brasileiro”.

A ferramenta chamada de AnalisaCar atua como um módulo de análise dinamizada, baseada em tecnologias de sensoriamento remoto. Com a implementação, o sistema poderá realizar a interpretação de até 66 mil cadastros em um dia.

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Atualmente, a base de dados do Sicar (Sistema de Cadastro Ambiental Rural) — criado em 2012 — já possui mais de 6 milhões de registros. Deste montante, apenas 3% dos dados foram avaliados por uma equipe técnica.

Embora o sistema venha para agilizar a análise do CAR, a nova ferramenta não poderá ser utilizada em todos os casos. “Nem todos os cadastros serão passíveis de análise dinamizada. Porém, boa parte dos cadastros que estão avançados na sua análise poderão ter o reconhecimento do setor público, que é um direito do produtor rural”, explica João Adrien, diretor de Regularização Ambiental do SFB (Serviço Florestal Brasileiro).

Por enquanto, apenas o estado do Amapá poderá utilizar o AnalisaCar, mas o MAPA espera liberar a nova ferramenta de dinamização para dez estados até o fim de 2021.

Você pode conferir outros destaques do AgroRound semanal abaixo:

Índice de Confiança do Agronegócio é divulgado pela Fiesp e CropLife Brasil

Gettyimages

Com safra recorde, segmento “Dentro da Porteira” segue confiante no setor

Divulgado todo trimestre pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela CropLife Brasil, o IC Agro (Índice de Confiança do Agronegócio) é um dos principais indicadores para identificar novas tendências do setor. No levantamento do primeiro trimestre de 2021, o índice foi fechado em 117, 4 pontos, representando uma queda de quatro pontos desde o levantamento anterior.

De acordo com a metodologia do IC Agro, valores superiores a 100 pontos indicam otimismo dentro do setor. O atual levantamento supera em 17 pontos o índice registrado durante o primeiro trimestre de 2020, período marcado pelo início da pandemia de Covid-19.

Na composição do índice de confiança, o setor do agronegócio é dividido em três partes: Antes da Porteira (com 108,0 pontos); Produtor Agropecuário (com 126,7 pontos) e Depois da Porteira (com 111,9 pontos). Conforme o levantamento, todas as partes do setor estão otimistas com o começo de 2021.

Portos do Arco Norte são cada vez mais importantes para a exportação de soja e milho

Divulgação/Emap

Escoamento de grãos pelos Arco Norte aumenta quase 500% desde 2009

Divulgado no dia 10, um estudo da CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil) apontou que as exportações de milho e soja através dos portos do Arco Norte somaram cerca de 42,3 milhões de toneladas em 2020. O número representa um aumento de 487,5% em relação ao volume exportado em 2009.

“A pavimentação da BR-163, que vai de Mato Grosso ao Pará, por exemplo, permitiu a redução dos custos de transportes de grãos em 26%, contribuindo para o envio desses produtos para os portos do Arco Norte”, disse Mário Borba, vice-presidente da CNA.

Para o período que vai de 2009 e 2020, a saída de produtos pelos Arco Norte passou a 92,6 milhões de toneladas, representando uma alta de 165,3% nessa região do Paralelo 16 (região que engloba Norte e Nordeste e parte do Centro-Oeste) .

“O crescimento das exportações nesses portos foi resultado de investimentos em ampliação, modernização e equipamentos; novos arrendamentos de terminais de grãos; medidas para melhorar a operacionalização (agendamento de caminhões); dragagem para aumentar profundidade dos canais e acesso aos píeres e melhoria dos acessos terrestres (rodovias e ferrovias)”, afirma Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA.

Avicultura obtém pela primeira vez selo verde em emissão de CRA

Lifeforstockfreepik

Fazenda da Toca quer zerar as suas emissões de gases na avicultura

A Fazenda da Toca, de Itirapina (SP), uma das maiores produtoras de ovos orgânicos da América Latina, levantou R$ 25 milhões em CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) com selo verde. O feito realizado em parceria com o Grupo Ecoagro, empresa avaliadora, é histórico no setor, sendo a primeira fazenda de avicultura a receber a certificação.

“Essa operação tem muito significado não só para a Fazenda da Toca, mas para todo o segmento de orgânicos no Brasil. É uma demonstração evidente de que os investimentos estão cada vez mais orientados para projetos regenerativos e sustentáveis, o que abre um vasto horizonte de crescimento para o nosso setor”, diz Pedro Paulo Diniz, sócio-fundador da Fazenda da Toca. “Esse tipo de captação é o encontro perfeito entre retorno financeiro e viabilidade econômica com impacto ambiental e social positivo.”

O valor captado será investido na infraestrutura produtiva para aumentar a produção de ovos orgânicos e no reflorestamento de uma área de 22 hectares até o ano de 2023. Com isso, a totalidade dos GEEs (gases de efeito estufa) da propriedade serão neutralizados.

SoluBio capta R$ 13,5 milhões para investir na produção de defensivos biológicos On Farm

Isac Nóbrega/CNA

Insumos biológicos para uma melhor gestão das lavouras entram de vez no radar do setor

Após captar R$ 13,5 milhões em modelo Venture Debt (empréstimo de risco), a SoluBio, com sede em Gurupi (TO), planeja acelerar a fase de expansão de seu modelo de negócios baseado em defensivos biológicos para o agronegócio. A empresa opera uma solução integrada para permitir que agricultores possam produzir bioinsumos dentro de suas fazendas.

Com o aporte, o objetivo é construir de maior capacidade em Jataí (GO). “A captação com Venture Debt deve nos permitir um investimento bastante representativo em CAPEX e, ao mesmo tempo, manter nossa participação acionária no negócio, potencializando o potencial de upside de todos no futuro”, diz Maurício Schneider, COO da SoluBio.

A produção de bioinsumos OnFarm ajuda a combater ineficiências logísticas. Segundo nota da empresa, “agricultores podem experimentar economias de até 40% em gastos com defensivos, ao mesmo tempo que reduzem seu impacto ambiental e risco de contaminação do solo e pessoal”.

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Produção de açúcar nas usinas brasileiras terão apoio de projeto da IHARA

Wenderson Araujo/CNA

Tecnologias em busca de produtividade nos canaviais vêm em pacote de gestão

A Ihara, empresa brasileira de capital fechado de origem japonesa, especializada em defensivos, lançou a segunda fase do Projeto Satô, voltado ao cultivo da cana-de-açúcar. E tem como parceiros a Perfect Flight, agtech com serviços de gestão e rastreabilidade de pulverização aérea, a e Sabri, com certificação de aplicação por aeronaves.

O objetivo é fazer a gestão eficaz dos recursos e aumentar a produtividade a partir de serviços e informações. Além do apoio das empresas parceiras, o projeto da Ihara se estende à disseminação de conhecimento técnico, como a criação do Curso de Maturação e Maturadores em cana-de-açúcar, em formato de EAD (Ensino à Distância).

Primeira antena 5G é inaugurada em área rural do país

Na semana que passou, o Governo Federal inaugurou a primeira antena 5G em uma área rural no Brasil. A instalação foi realizada em uma fazenda modelo do IMAmt (Instituto Matogrossense de Algodão), em Rondonópolis (MT).

Com a conexão 5G começando a chegar ao campo, equipamentos como drones, GPS e tratores poderão ser usados de maneira mais eficiente para transmitir informações como “comportamento e saúde animal e manutenção de condições climáticas da lavoura”, entre outros serviços.

“Com certeza, isso vai trazer melhoria no social, ambiental e na produtividade do agro brasileiro. É o início de uma estrada do que virá para o futuro do agro brasileiro”, afirmou a ministra Tereza Cristina, durante o lançamento da antena 5G.

Hotel de Abelhas da Bayer agora pode sair de graça para cliente vip

A multinacional alemã Bayer adicionou hotéis de abelha ao seu programa de fidelidade e relacionamento com o produtor, o Impulso Bayer, em linha com os dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura) sobre a enorme dependência que a produção agrícola possui de insetos polinizadores.

Clientes da categoria 4 e 5 estrelas poderão ter o benefício gratuitamente. Até o momento, já foram entregues cerca de 500 hotéis fabricados de madeira. Eles contam com diferentes nichos que servem de abrigo de espécies solitárias.

“Existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo e a maioria com hábitos solitários, que buscam uma cavidade, como estas encontradas no hotel, para fazer seus ninhos”, afirma Claudia Quaglierini, gerente de Inteligência Tropical da Bayer.

Katayama Alimentos lança a campanha “ovo não é tudo igual”

Em busca de diversificação, a Katayama Alimentos, com sede em Guararapes (SP), uma das maiores produtoras de ovos do país, está alinhando seu portfólio de produtos para mostrar que “ovo não é tudo igual”. As mudanças incluem reformulação das embalagens e categorização dos itens, facilitando a identificação do tipo de produto que o cliente está levando para casa.

“Considerando que o primeiro contato com a marca, no caso dos ovos, acontece no ponto de venda, é fundamental pensar de forma estratégica o conjunto de embalagens, que além de se apresentarem ao consumidor de forma atrativa, carregam o “DNA” da marca com seus benefícios e diferenciais”, conta Regina Romanini, gestora de marketing da empresa.

Marfrig tem mais uma unidade recomendada a exportar carne bovina aos EUA

Wenderson Araujo/CNA

Estados Unidos são um dos mercados de carne mais cobiçados pela indústria brasileira

Com capacidade de abater 730 mil bovinos por dia, a unidade de Alegrete (RS) da Marfrig recebeu recomendação das autoridades para a habilitação de exportação de carne aos Estados Unidos. De acordo com o diretor de exportação da empresa, Alisson Navarro, “as exigências dos norte-americanos estão alinhadas com as de outros países que se interessam pela carne brasileira”.

Com a nova recomendação, a Marfrig passa a ter cinco unidades com protocolos sanitários dentro dos padrões exigidos pelos norte-americanos. É a segunda em solo gaúcho. Em janeiro deste ano, a de Bagé também foi recomendada.

Estudo indica que pneus podem aumentar a produtividade de máquinas agrícolas

Um estudo encomendado à Harper Adams University — especializada em ensino superior para o setor agrícola — pela francesa Michelin, uma das maiores fabricantes de pneus do mundo, mostra que máquinas agrícolas que utilizam a tecnologia Ultraflex podem aumentar a produtividade do agricultor em 4%.

“Embora essa melhoria possa parecer pequena, quando você pensa globalmente, ela ajuda consideravelmente a alimentar o mundo”, explica Richard Godwin, professor visitante da universidade. “Muitas pessoas estão preocupadas com a sustentabilidade humana e, se pudéssemos obter esses resultados para muitas culturas diferentes, teríamos um grande impacto na sustentabilidade.” De acordo com estudo, investimento inicial na compra dos pneus pode ser amortizado em 12 meses, com estimativa de durabilidade mínima de seis anos para o produto.

Brasil processa menos amêndoas de cacau na safra 2020/2021

Wenderson Araujo_CNA

Colheita de cacau nos principais estados produtores diminui na safra 2020/21

A safra brasileira de cacau, que teve início em maio de 2020 e se encerrou em abril, totalizou com 155.691 toneladas de amêndoas da fruta, uma queda de 15,4% ante a safra 2019/2020, que foi de 184.106 toneladas, de acordo com o SindDados.

“Essa redução causou a queda do recebimento de cacau no primeiro quadrimestre do ano”, explica Anna Paula Losi, diretora-executiva da AIPC (Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau). “Em relação à próxima safra (2021/2022) há expectativa de melhora, com a entrada da safra temporã.”

Com isso, a moagem recuou 3,99% passando de 222.433 toneladas na safra 2019/20 para 213.545 toneladas na safra 2020/21. O resultado do primeiro quadrimestre também recuou 1,49%, passando de 74.881 toneladas de janeiro a abril de 2020 para 73.769 toneladas nos primeiros quatro meses de 2021. A indústria moeu 17.496 toneladas de amêndoas em abril, uma queda de 2,23% em relação às 17.896 toneladas processadas no mesmo mês do ano passado.

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