Esses mercados, que hoje já compram carne suína de Santa Catarina, desde 2007 o único Estado brasileiro com status internacional sanitário mais avançado, terão agora à disposição a produção da carne bovina de outras regiões do país, o maior exportador global desta proteína.
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“Mercados novos, preços novos e o reconhecimento da qualidade dos nossos produtos”, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao fazer o anúncio ao lado de governadores de Estados com o novo reconhecimento.
A discussão sobre a abertura efetiva dos mercados, contudo, será feita com cada país e o setor privado, lembrou o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, em conversa com jornalistas por videoconferência.
“Abre negociação com cada país, quando falamos de áreas que não temos acesso, por exemplo, bovino, Japão e Coreia, se já existe negociação em andamento, agora vamos apresentar relatório, toda a documentação apresentada à OIE, e pede para fazer a análise e o reconhecimento”, afirmou.
“Para a carne suína, mercados já abertos, que já compram de Santa Catarina, vamos apresentar agora os demais Estados, principalmente Rio Grande do Sul e Paraná, na mesma condição de Santa, e pedindo aprovação do certificado”, detalhou.
A remuneração da carne proveniente de animal sem vacinação é maior no mercado internacional, chegando a ser de 25% a 30% superior, disse a coordenadora de Produção Animal da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Lilian Figueiredo, em uma nota divulgada hoje (27).
Ele lembrou que Japão e Coreia, além de Estados Unidos, México, Canadá, exigem que o Brasil não faça a vacinação –embora não cause problemas ao ser humano, a febre aftosa pode reduzir fortemente a produtividade de um rebanho.
Segundo ele, novos produtos, como carne com osso, para mercados já abertos podem ter avaliação mais rápida de alguns países com o novo status.
“Estamos trabalhando em várias frentes para garantir esta ampliação.”
IMPACTO DE PREÇOS
Ele disse ainda que a suinocultura está investindo para ampliar o plantel, mas admitiu que a questão do preço alto do milho e soja, principais insumos para a ração, é uma preocupação, não só no Brasil mas em outros países.
O secretário comentou que a ministra tem trabalhado uma série de pontos para permitir o crescimento sustentável da produção de grãos e amenizar a alta de custos dos insumos.
DEFESA SANITÁRIA
O secretário lembrou ainda que a pasta tem reiterado pedidos para a realização de novos concursos de fiscais agropecuários, e que o Ministério da Economia aguarda questões relacionadas à reforma administrativa para avançar com tais processos.
Com a liberação dos outros Estados, cerca de 20% do território nacional se torna livre de aftosa sem vacinação, gerando uma economia de aproximadamente R$ 90 milhões ao produtor rural, que não precisará mais vacinar o rebanho nestas áreas, segundo nota do Ministério da Agricultura.
As autoridades explicaram que, além dos Estados totalmente liberados, 14 municípios do Amazonas, na divisa com Acre e Rondônia, não precisarão do imunizante, algo que foi acertado considerando a dinâmica de movimentação de animais.
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