AgroRound: Avião para o agro, da Amaro Aviation, chega ao Brasil e outras notícias do setor

5 de julho de 2021

Fundada no Brasil por Marcos Amaro, filho do comandante Rolim Amaro (fundador da TAM), a Amaro Aviation recebeu na última quinta-feira (1) sua primeira aeronave para venda em sistema de propriedade compartilhada. Produzido pela companhia Pilatus, o jato executivo PC-24 é projetado para operar em pistas curtas e até sem pavimentação. Ou seja, é uma aeronave ideal para o setor do agronegócio.

O jato pousou no Catarina Aeroporto Executivo, em São Roque (SP), em evento ao ar livre para pequeno grupo de convidados (com direito a teste para detecção de Covid-19). O PC-24 chegou no Brasil em sua configuração conhecida como 8 + 2, com oito poltronas e dois pilotos.

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David Barioni, ex-presidente da TAM e CEO da Amaro, afirmou durante o evento que a companhia “oferece ao Brasil uma solução completa de aviação de negócios, com as unidades de negócios de propriedade compartilhada, gestão de aeronaves e, em breve, táxi aéreo”. Já o fundador Marcos Amaro comemorou seu “dream team” de profissionais e ficou emocionado com um desenho do comandante Rolim presente na fuselagem do novo avião.

O jato avaliado em US$ 9 milhões não será a única novidade da Amaro Aviation no Brasil em 2021. Com exclusividade à Forbes, a empresa afirmou que receberá em agosto o Pilatus PC-12, um monomotor turbo hélice, também com oito lugares, praticamente do mesmo tamanho do PC-24, para pista de até 600 metros.

Minerva Foods é a primeira do setor com Selo Energia Renovável

A Minerva Foods, uma das maiores do país em proteína animal, se tornou a primeira empresa brasileira a receber, em âmbito global, o Selo Energia Renovável, emitido pelo Instituto Totum, em parceria com a ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) e a Abragel (Associação Brasileira de Energia Limpa), para todas as suas unidades no Brasil.

A conquista assegura à empresa a compra de I-RECs (certificados de energia renovável), com a chancela REC Brazil, exigindo que emissores dos certificados contemplem em suas operações alto desempenho em termos de sustentabilidade.

“Esta é mais uma grande conquista, proveniente da agenda de ESG da Companhia, que vem sendo intensificada ano após ano. O Selo de Energia Renovável visa fomentar o mercado nacional de energia gerada a partir de fontes renováveis, e contempla as empresas que têm se destacado com a promoção da sustentabilidade no abastecimento de energia”, diz Taciano Custódio, diretor de sustentabilidade da Minerva Foods.

Embrapa inaugura área de processamento de alimentos em Belém

Hoje (5), a Embrapa Amazônia Oriental apresentou a área de processamento de alimentos do Laboratório de Agroindústria “Alfonso Winiewsk”. Após investimento de R$ 500 mil, através de duas emendas parlamentares de Edmilson Rodrigues, ex-deputado e atual prefeito de Belém, o espaço ganhou novos equipamentos e reforma.

Além de uma área para a manipulação de alimentos, o laboratório possui três plantas para processamento de leite e derivados, de pescado e derivados e de produtos de origem vegetal. As pesquisas realizadas no laboratório têm foco no desenvolvimento de produtos a partir de matérias-primas da Amazônia, como frutas, raízes, oleaginosas, leite, pescado e sementes. São farinhas, bebidas, óleos, proteínas plant-based e alimentos prontos para o consumo e funcionais. Outra linha de atuação é no estabelecimento de protocolos para garantir mais segurança e qualidade aos alimentos regionais, como o tucupi, líquido obtido a partir da mandioca brava.

“Podemos atuar desde a caracterização de espécies no campo, no desenvolvimento de sistemas de produção, até na geração de novos produtos para as indústrias alimentar, farmacêutica e de cosméticos. E assim agregar mais valor à nossa tão rica biodiversidade”, pontua Adriano Venturieri, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental.

Algodão tem novo preço mínimo

Com valor ainda inferior ao custo médio de produção de algodão no país, o governo federal reajustou o preço mínimo da fibra em 6,5%. O valor foi proposto por cotonicultores que atuam em seis estados produtores (BA, GO, MT, MS, PI e SP) e calculado pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

O valor da pluma foi fixado em R$ 82,60 a arroba, abaixo dos R$ 92 solicitado pelo setor.  O preço mínimo vigente até o momento, publicado no Plano Safra 2020/2021, era de R$ 77,45 a arroba.

“Não é o que gostaríamos, mas é o que é possível no momento”, avaliou Júlio Busato, presidente da Abrapa e da Câmara Setorial.“No ano que vem, vamos tentar chegar mais próximos do que realmente é o preço mínimo, caso a gente tenha que usar isso no futuro.”

Terceira Prova Top Brangus contará com 48 touros

A ABB (Associação Brasileira de Brangus) confirmou a inscrição de 43 bovinos da raça para a terceira edição da Prova Top Brangus. Junto com outros cinco da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), os touros passarão por testes durante 91 dias na Estação Experimental Agronômica da instituição de ensino, em Eldorado do Sul (RS). A entrada dos animais está prevista para amanhã (6).

Conforme Antônio Carlos Corrêa Osório, presidente do conselho deliberativo técnico da ABB, o teste tem por objetivo medir a eficiência alimentar e também analisar o ganho de peso, as características de carcaça através de ultrassom e o perímetro escrotal dos animais.  “A eficiência alimentar não deve ser medida de forma isolada, mas junto com outras características de produção, como qualidade da carcaça, ganho de peso e fertilidade”, explica Osório.

A prova Top Brangus ranqueia os animais mais bem avaliados e com boas características produtivas, buscadas pelo mercado da pecuária de corte. “As principais centrais de inseminação estão buscando animais superiores que são provados com essas ferramentas de avaliação de desempenho”, pontua Osório. A prova efetiva começa em 1º de agosto e termina em 30 de outubro.

União Europeia quer banir criação em gaiolas até 2027

Na última quarta-feira (30), a comissão da UE (União Europeia) aprovou o projeto chamado de “Fim da Era da Gaiola”, sugerido pela ECI (Iniciativa de Cidadãos Europeus). Com isso, o órgão se compromete a criar um plano de transição, para publicação até 2023, que proponha a redução da criação animal industrial em gaiolas, com banimento total a partir de 2027.

Para viabilizar a mudança de maneira equilibrada, a UE utilizará uma estratégia baseada na abordagem científica e no apoio financeiro aos produtores, com vistas à implantação das adaptações necessárias. O movimento faz parte de uma ampla revisão da legislação de bem-estar animal na UE. As espécies contempladas pela norma incluem suínos, bezerros, coelhos, galinhas poedeiras, frangos, matrizes de frangos de corte, matrizes de galinhas poedeiras, codornas, patos e gansos.

“A medida representa um avanço importantíssimo na transição para sistemas mais éticos e sustentáveis de produção, com a disseminação de conceitos de bem-estar animal na indústria intensiva de criação, seja no contexto de outras políticas do bloco, seja em relação às repercussões internacionais”, analisa José Rodolfo Ciocca, gerente de Agropecuária Sustentável da Proteção Animal Mundial no Brasil. “Isso porque, além de afetar países membros, a regra vai alcançar também importações de países de fora da União Europeia, como é o caso do Brasil.” 

Startup Agricef planta 20 milhões de mudas pré-brotadas de cana na safra 2021/22

Sediada em Paulínia (SP), a startup de máquinas e implementos agrícolas Agricef está se tornando referência no plantio de MPB (mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar). A agtech anunciou que na atual temporada, 20 milhões de mudas estão sendo plantadas em vários estados, a maioria para unidades da Raízen e CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).

Para crescer no mercado sucroenergético, a agtech aposta em diferentes modelos de negócios. Efraim Albrecht, diretor de operações da Agricef, explica: “Temos uma modalidade somente do aluguel dos equipamentos; outra  na qual fornecemos a plantadora com coordenador de plantio para acompanhar o trabalho em tempo integral, garantindo o melhor rendimento da máquina, realizando manutenções quando necessárias e dando suporte ao cliente no levantamento de indicadores e treinamento da equipe; e uma terceira com o fornecimento da muda plantada, plantadora, coordenador, trator e mão de obra para trabalhar na máquina.”

No ano passado, a Agfricef também iniciou um serviço de aluguel de equipamentos, com ou sem equipe de apoio, demanda de usinas localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.  Em relação às vantagens do plantio mecanizado, na comparação com o manual, há maior rendimento, menor compactação do sulco de plantio e capacidade de se fazer toda a operação em uma só passada. De acordo com a startup, a economia por chegar a R$ 2 mil por hectare.

Tereos emite a primeira debênture de infraestrutura verde por R$ 480 milhões

Segunda maior produtora de açúcar no país, a francesa Tereos Açúcar & Energia emitiu sua primeira debênture de infraestrutura no valor de R$ 480 milhões. Essa foi a maior transação de mercados de capitais já realizada pela companhia.

O montante financiará investimentos em plantio de cana-de-açúcar destinada à produção de etanol, incluindo o preparo do solo e tratos culturais. Além do uso dos recursos voltados ao investimento em biocombustíveis, a emissão conta com certificado verde da SITAWI, organização pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto social. Até agora, a Tereos já soma cerca de R$ 1,5 bilhão em financiamentos verdes através de quatro transações realizadas no último ano.

Coordenada pela XP Investimentos, BTG Pactual e UBS BB, a emissão possui prazo de seis anos. A Tereos recebeu rating AA- em escala nacional pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings, atestando a solidez financeira da empresa.

“A sustentabilidade é um dos principais pilares da Tereos. O setor sucroenergético, no qual estamos inseridos, é renovável em sua essência, pois produz energia limpa com o etanol e a bioeletricidade”, comenta Pierre Santoul, diretor-presidente da companhia no Brasil. “Com a emissão da nossa primeira debênture de infraestrutura com selo verde reforçamos o nosso compromisso em continuar atrelando os nossos financiamentos de longo prazo à sustentabilidade.”

Brasil pode ganhar mercado de frango no México

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) acredita em um relacionamento mais estreito com o México. A largada foi dada no dia 23 de junho, quando a secretaria de economia do governo daquele país publicou a abertura de uma nova cota de 30 mil toneladas para importação de carne de frango de nações exportadoras extra-USMCA (acordo de livre comércio dos países da América do Norte).

A nova cota de nações produtoras, que beneficia o Brasil, é explicada por causa do aumento de preços internos da carne de frango no México. Ela é válida para diversos cortes com ossos e desossados, como peito, coxa e sobrecoxa, asas e outros. Atualmente, mesmo com a aplicação de tarifas de 75%, o mercado mexicano tem sido um importante destino do produto brasileiro. De acordo com levantamentos da ABPA, entre janeiro e maio, o país importou 38,3 mil toneladas, volume expressivamente maior que no mesmo período de 2020, quando foram embarcadas 2,3 mil toneladas.

“Há quase uma década temos construído uma forte parceria com o México, apoiando especialmente em momentos em que a oferta local enfrenta problemas para o abastecimento interno”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin. “Esta é uma parceria que tem dado certo e que agora deve ganhar novo impulso, influenciando o saldo positivo das exportações brasileiras.”

Biogénesis Bagó construirá uma planta de vacinas antiaftosa na Arábia Saudita

A argentina Biogenesis Bagó, empresa de biotecnologia especializada no desenvolvimento, produção e comercialização de vacinas para saúde animal, e que também atua no Brasil, assinou um acordo com a MAS, empresa líder em serviços veterinários no mercado saudita, para a construção de uma fábrica de vacinas contra febre aftosa no Reino da Arábia Saudita. Até 2030, o país espera se tornar o primeiro país árabe livre da febre aftosa, uma medida para reforçar sua segurança e autossuficiência alimentar.

A iniciativa conjunta entre Biogénesis Bagó e a MAS ocorre desde o projeto, construção e o início das operações de uma planta que terá capacidade para abastecer o mercado local e demais países do Oriente Médio. No total, o  investimento é de cerca de US$ 60 milhões.

Esteban Turic, CEO da Biogenesis Bagó, afirmou que a escolha da empresa para realizar este projeto “é um novo reconhecimento da nossa capacidade e liderança na área das vacinas contra a febre aftosa, bem como do nível de excelência dos nossos profissionais na transferência de conhecimento e tecnologia ao redor do mundo junto com o compromisso de nossos acionistas que nos estimulam a investir em capital humano, inovação e desenvolvimento industrial”.

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