Os quase US$ 2,6 bilhões em gastos adicionais propostos aumentarão o nível de financiamento de todas as agências de pesquisa do USDA, como o NIFA (Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura). O instituto é composto por órgãos federais e estaduais do sistema nacional de pesquisa, extensão e educação agrícola. O NIFA receberá US$ 1,96 bilhão em financiamento discricionário, quase US$ 385 milhões acima do orçamento do ano fiscal de 2021. De acordo com o NIFA, o orçamento de diferentes programas, como a AFRI (Iniciativa de Pesquisa em Agricultura e Alimentos), aumentariam mais de 60% (US$ 265 milhões) e a Pesquisa e Extensão em Agricultura Sustentável receberia um aumento de 50%, para US$ 60 milhões.
Os novos investimentos em pesquisa, tecnologias e padrões baseados na ciência dão força à missão do USDA de atender à crescente demanda doméstica e global de alimentos por dietas e proteínas diversificadas, também promovendo a segurança alimentar e o crescimento agrícola sustentável.
Biocarvão de Estrume de Gado
O manejo do estrume do gado pode ser vital na redução do uso de fertilizantes químicos e no aumento da produtividade agrícola, atendendo às necessidades agronômicas das culturas. O manuseio de estrume, incluindo coleta e tratamento, tem implicações importantes para o uso de recursos, produtividade agrícola e qualidade ambiental. Tradicionalmente, o estrume tem sido usado como fonte de nutrientes e fertilizante natural para a melhoria da saúde do solo e das plantas. Porém, é um recurso que deve ser usado com cuidado: o estrume fresco tem altos níveis de poluentes e patógenos, mas devido ao seu alto teor de nutrientes é um recurso valioso para a agricultura. O uso excessivo de esterco fresco pode levar à lixiviação de nutrientes (fósforo e nitrogênio) afetando rios e lençóis freáticos e comprometendo a qualidade da água.
É essencial fornecer nutrientes suficientes para o crescimento e a produção saudáveis de uma cultura, mas sem poluir o meio ambiente. Esses desafios ambientais exigem novas soluções. O biocarvão de esterco animal foi sugerido em mais de 600 estudos nas últimas duas décadas, como uma prática de agricultura sustentável para melhorar a qualidade do solo e solucionar questões ambientais, como o excesso de oferta de nutrientes (eutrofização) em cursos d’água. A eutrofização pode reduzir o oxigênio na água e aumentar o crescimento das plantas aquáticas, o que causa mudanças estruturais no ecossistema, principalmente aumentando o crescimento de algas e plantas marinhas e ameaçando a sobrevivência das espécies de peixes. A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) relatou que a eutrofização pode custar mais de US$ 2,1 bilhões por ano aos Estados Unidos.
Como funciona o biocarvão?
O aquecimento do estrume na ausência de oxigênio (pirólise) decompõe o material em carvão de pirólise, óleo e gases, também conhecidos como biocarvão, bio-óleo e gás de síntese. Esses produtos renováveis têm várias aplicações como modelos de sustentabilidade. O biocarvão do esterco pode reduzir a necessidade de fertilização do solo e funcionar como um fertilizante de liberação lenta, capaz de reter nutrientes e carbono no solo por anos e liberar macronutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio para o crescimento das plantas. Além disso, a capacidade aprimorada de retenção de água em solos corrigidos por biocarvão aumenta o rendimento da colheita por gota de água aplicada. A natureza porosa do biocarvão pode adsorver e imobilizar metais pesados, além de também reduzir sua absorção pelas plantas e subsequente ingestão por humanos e animais.
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