Agricultores podem receber subsídios da UE caso utilizem variedades de cânhamo registradas no catálogo da UE com um nível máximo de THC de 0,3%. A EIHA (Associação Europeia de Cânhamo Industria) trabalhou para a aprovação da medida, representando o interesse comum dos agricultores europeus de cânhamo.
Mas o que esse aumento significa ao mercado europeu de cânhamo? Atualmente, o catálogo da UE de sementes de cânhamos lista cerca de 69 variedades. Contudo, com os novos limites, agricultores europeus poderão cultivar muitas outras variedades do cânhamo.
Em 1999, a França determinou o nível de THC em 0,2%, uma limitação que excluiu diversas outras variedades valiosas do cânhamo para o uso industrial.
Ao aumentar o nível de THC nos cultivos de cânhamos de 0,2% a 0,3%, os fazendeiros europeus teriam acesso a mais de 500 variedades. Apesar do aumento ter sido de apenas 0,1%, esse é um grande passo para a indústria europeia de cânhamo.
Contudo, um nível de THC de 0,3% não é o suficiente para competir com mercados não-europeus. Embora os Estados Unidos e o Canadá estabeleçam limites de THC para o cânhamo em 0,3%, outros países têm acesso a variedades de cânhamo com um nível de THC de até 1%.
“Esse é um grande dia para o setor de cânhamo e mais um passo dado ao encontro de um futuro mais verde para a Europa. Contudo, quando comparado com outros países ao redor do mundo, 0,3% ainda seria um limite baixo; por exemplo, a Suíça, no coração da Europa, tem um número maior, e outros países da UE já trabalham com limites mais altos também”, diz Daniel Kruse, presidente da EIHA.
A Suíça e a Austrália permitem que agricultores cultivem variedades de cânhamo com um nível de THC de 1%. A República Tcheca estabeleceu o limite de THC em 1% dentro dos estados membros da UE, enquanto a Itália em 0,6%.
Nos últimos anos, a área dedicada ao cultivo de cânhamo em terras europeias aumentou significativamente em 75%, de 19.970 hectares em 2015 para 34.960 hectares em 2019, segundo dados oficiais. A produção de cânhamo aumentou 62,4% no mesmo período, de 94.120 toneladas para 152.820 toneladas.
A França é o maior produtor, representando mais de 70% da produção da UE, seguida dos Países Baixos (10%) e da Áustria (4%). A nova CAP reconhece o valor econômico e ambiental do cânhamo ao incluí-lo na lista de produtos regulamentados por meio de padrões de comercialização.
O cânhamo passará por um amplo conjunto de regras relativas a definições técnicas, rotulagem, embalagem, substâncias e métodos usados na produção, infraestruturas usadas para atividades agrícolas e outros aspectos da cadeia de abastecimento para fornecer o produto da melhor qualidade.
*Dario Sabagh é colaborador da Forbes EUA e escreve sobre cannabis recreativa, legalização, ciência, medicina, estrutura regulatória, indústria do cânhamo e CBD.