O Rio Grande do Sul é o principal produtor de arroz do país, respondendo por cerca de 70% da produção nacional, e um dos maiores em leite.
O Estado já perdeu cerca de um quarto da safra de soja e 60% da colheita de milho de sequeiro, o que deve resultar em custos maiores para o setor leiteiro, segundo avaliação do setor produtivo.
Ele afirmou que em regiões do Estado, como na Serra Gaúcha, a falta de chuvas dizimou diversas plantações de milho, dificultando a estocagem para a alimentação animal.
“Já tivemos secas piores. Mas esta, com dias muito quentes, matou o milho, dizimando lavouras inteiras, tendo que fazer o replantio… mas não tem nem onde comprar, pois os vizinhos estão na mesma situação”, disse ele, em referência a Estados do Paraná e Santa Catarina, também afetados pela estiagem.
O Paraná também foi severamente afetado pela seca, impactando a safra de soja brasileira, a qual alguns analistas já consideram que não será recorde.
Como consequência, o preço do cereal na região de Passo Fundo subiu mais de 10% desde o início de dezembro, para 95 reais a saca.
ARROZ
A estiagem que assola produtores no Rio Grande do Sul também está afetando a irrigação nas áreas de arroz.
A situação dos arrozais é parecida também em locais na Fronteira Oeste e Campanha.
A safra de arroz do Rio Grande do Sul está estimada em 8 milhões de toneladas em 2021/22, sem grandes mudanças em relação ao ano passado, conforme avaliação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicada antes da seca. Segundo a Conab, toda a produção gaúcha é irrigada.
Conforme o presidente da Fecoarroz, Alexandre Velho, em diversas propriedades os produtores estão tendo que optar quais parcelas de lavoura devem irrigar em detrimento de outras.
A federação está recomendando aos produtores rurais que alertem as prefeituras para que encaminhem decretos de emergência com o objetivo de que possam acionar pedidos relacionados a seguros e financiamentos.