O estudo terá dois objetivos principais: elaborar uma calculadora de análise de ciclo de vida (método que avalia toda a cadeia de produção, desde os insumos utilizados na produção até o produto chegar ao consumidor final) que vai auxiliar na mensuração e certificação das emissões de carbono para os diversos modelos de produção da pecuária bovina. Daí, a partir desse sistema, propor mecanismos que estimulem estratégias e modelos de negócios voltados para investimentos em tecnologias de baixo carbono. A expectativa é de que até abril seja publicado edital de seleção pública para as empresas de consultoria e instituições de pesquisa interessadas em desenvolver o estudo.
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Montezano afirmou, ainda, que tanto o BNDES quanto os demais bancos, sejam públicos ou privados, poderão usar os dados de emissões para avaliar risco e retorno social em suas análises de crédito. Para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o acordo de cooperação técnica é “completamente inovador dentro das práticas de sustentabilidade para a nossa pecuária.” Ela destacou ainda que as “métricas sempre causam um pouco de receio ao produtor rural, e, com o estudo que será realizado por meio do acordo, vamos dar tranquilidade ao produtor, para ele saber o caminho que deve tomar”.
Café de Minas vai para a Austrália
Um contêiner com 640 sacas de 30 quilos de café especial produzido na região da Chapada de Minas desembarcou na quinta (24) no porto da Austrália. A carga, avaliada em R$ 400.000, foi produzida nos municípios de Capelinha, José Gonçalves de Minas e Água Boa. O resultado é fruto do trabalho realizado em parceria com o Sebrae Minas, para melhorar o posicionamento do setor no mercado interno e externo. Em 2020 foi lançada a estratégia “Café da Região da Chapada de Minas”, que contribuiu para agregar valor ao reforçar a identidade e a origem da região.
Para garantir a origem do café foi necessário demarcar áreas reconhecidas pela qualidade dos produtos ali cultivados, além de adotar medidas para garantir a rastreabilidade dos grãos. O próximo passo dos produtores para a expansão dos negócios é a busca pela origem controlada, que garante ao mercado característica específica e por isso não pode ser encontrado em nenhum outro lugar, tornando o produto único.
Negócios no Oriente Médio devem gerar US$ 3 bi
A Gulfood, que ocorreu em Dubai entre 13 e 17 de fevereiro, é a maior feira do setor alimentício do Oriente Médio e uma das maiores do mundo. A Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), informou que para as empresas brasileiras a edição foi uma das melhores dos últimos cinco anos. As 114 empresas fecharam vendas de US$ 362 milhões durante o evento, mas a estimativa é de que nos próximos meses, os negócios consolidados originados na feira devem atingir US$ 3 bilhões.
“Além das vendas e negócios imediatos, são de grande relevância os resultados a médio e longo prazos que a Gulfood vai proporcionar às empresas brasileiras”, diz Lucas Fiuza, afirma o diretor de negócios da ApexBrasil. “Por seu formato de evento B2B, que reúne empresários e investidores, a feira é peça-chave para eles e para nossos trabalhos de posicionamento de imagem dos produtos brasileiros, agregando valor para todo o setor. Estima-se, inclusive, que essa edição proporcionou 8.185 novos contatos de negócios para empresas que estavam no estande da ApexBrasil.”
DSM recebe aprovação de aditivo redutor de metano
A Royal DSM, empresa global de nutrição, anunciou que a União Europeia aprovou a comercialização de um aditivo para ração que funciona com um redutor de metano para vacas leiteiras. A inclusão no registro da UE, prevista para as próximas semanas, é inédita para um produto que pode ser comercializado.
O aditivo da DSM reduz consistentemente essas emissões de metano em cerca de 30%. O produto é resultado de uma década de pesquisa científica, incluindo mais de 50 estudos revisados por pares publicados em revistas científicas independentes e 48 testes em fazendas, em 14 países e 4 continentes.
JBS e Banco do Brasil vão financiar regularização ambiental
A JBS, maior empresa de proteína animal, fez uma parceria com o Banco do Brasil para facilitar o acesso a crédito rural aos produtores de sua cadeia de fornecimento. A meta é que pecuaristas obtenham recursos para financiar ações de regularização ambiental. Os técnicos da JBS avaliarão as necessidades de cada produtor, enquanto o BB auxiliará na adequação dos projetos e na indicação da linha de crédito ideal para cada situação.
O projeto está dentro do plano Escritórios Verdes, instalados em 15 unidades de processamento de diferentes regiões do país, que já oferece suporte gratuito para produtores que possuem restrições ambientais, visando a regularização de suas propriedades.
Helm do Brasil faz aporte de R$ 300 mil a instituições culturais
A Helm do Brasil, há 30 anos no país, realizou aportes financeiros a três instituições culturais, totalizando R$ 300.000. Mais recente, de R$ 100.000, foi para a Fundação Cultural Suábio-Brasileira, a pedido da Cooperativa Agrária Agroindustrial, com sede em Guarapuava (PR), que é mantenedora da fundação. A Helm no país é uma subsidiária da empresa sediada em Hamburgo, na Alemanha, fundada há 120 anos e que atua no mercado de produtos químicos, produtos para indústria farmacêutica, fertilizantes e defensivos agrícolas em cerca de 100 países.
“Como nossas raízes são alemãs, temos uma ligação cultural muito forte com a Cooperativa Agrária. Mas esse não é o único motivo do nosso apoio”, diz Sebastian Lüth, vice-presidente sênior crop protection da Helm. “Como somos parceiros de produtos que os cooperados usam, nos sentimos parte da atividade agrícola da região que é o que une toda a realidade da comunidade com sua cultura e tradição.” A Cooperativa Agrária tem 640 cooperados, 1.522 colaboradores e um faturamento de R$ 4,9 bilhões, sendo as principais culturas produzidas a soja, milho, trigo e cevada.