No mercado interno, as vendas de etanol hidratado (concorrente da gasolina) acentuaram a retração observada nos últimos meses e alcançaram 918,85 milhões de litros no mês passado, queda de 44,45% sobre o mesmo período da última safra.
A quantidade comercializada de etanol anidro (misturado à gasolina) reverteu a trajetória ascendente e registrou redução de 2,02%, com 794,82 milhões de litros vendidos pelos produtores em janeiro, segundo números da associação.
Ele disse que, como resultado do atual balanço de oferta e demanda do etanol hidratado, os preços recebidos pelos produtores já apresentaram recuo próximo de 1,05 real por litro desde novembro, mas essa queda ainda não chegou ao consumidor, o que limita a demanda.
Na última semana, o Cepea registrou média na usina em São Paulo de 2,8383 real por litro de etanol hidratado, menor valor desde julho do ano passado.
Segundo Padua, “a expectativa é de que esse recuo (na usina) seja integralmente repassado aos consumidores finais pelos demais elos da cadeia de comercialização”.
Do total comercializado em janeiro, 52,26 milhões de litros foram destinados para o mercado externo e 1,71 bilhão de litros vendidos domesticamente.
A Unica informou ainda que não houve moagem de cana no centro-sul do Brasil na segunda quinzena de janeiro, o que havia acontecido recentemente em outras quinzenas nesta entressafra, após uma quebra acentuada da safra por problemas de seca e geadas. Enquanto isso, o setor tem comercializado principalmente seus estoques.
Com a queda na comercialização de etanol, aumentam as questões do mercado se a indústria poderia eventualmente aumentar a destinação da matéria-prima para a produção de açúcar, em vez de etanol, à medida que a nova safra se inicie no centro-sul, oficialmente a partir de abril.