Confinamento bovino deve ter alta em 2022 apesar de custo maior com milho

28 de março de 2022

Segundo censo da DSM, pecuária brasileira possui 6,5 milhões de bovinos confinados

Paulo Whitaker/Reuters

Mesmo com alta do milho, confinamento de bovinos deve aumentar em 2022

O confinamento de bovinos tende a registrar um novo crescimento neste ano, apesar do aumento de despesas com milho e farelo de soja, dois principais insumos da alimentação na pecuária, estimou hoje (28) a companhia de nutrição animal DSM.

O cereal entrou em uma escalada de altas decorrente da invasão russa sobre a Ucrânia, quarta maior exportadora global. Já o farelo vem na esteira da quebra de safra de soja no Brasil, após seca na região Sul que também atingiu países vizinhos e elevou as cotações internacionais.

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Em contrapartida, o gerente técnico nacional de confinamento da DSM, Hugo Cunha, disse à Reuters que as despesas com o boi magro, utilizado na reposição, recuaram em diversas praças pecuárias e ficaram estáveis na média nacional. Além disso, o preços da arroba bovina aumentou em níveis maiores do que os custos.

“O milho, soja, e todos os insumos subiram, porém estas despesas com alimentação, frete e sanidade representam cerca de 28% do custo total do confinamento. O boi magro para reposição responde pelos outros 72% e ficou ‘flat’, enquanto a arroba subiu 15%”, disse ele.

“Então, quem fecha hoje o confinamento, em relação ao ano passado, tem um resultado mais lucrativo”, afirmou.

Levantamento da DSM, em parceria com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), indica que o custo total do confinador aumentou 6,5% neste ano. Por outro lado, a rentabilidade cresceu quatro pontos percentuais, para 8%.

Dados do Censo de Confinamento DSM, divulgados hoje (28), indicam que 6,5 milhões de bovinos foram terminados em sistema intensivo em 2021, alta de 2% sobre o ano anterior.

Para este ano, Cunha disse que é cedo para cravar um número sobre o avanço do confinamento, que poderia se igualar aos 2% de 2021 ou atingir a média de crescimento dos últimos anos, de 5%, mas a tendência é de alta, no embalo de maiores exportações para a China.