Se este volume for confirmado, a produção de milho segunda safra no Paraná, que responde pelo maior volume produzido do cereal no Estado, quase triplicaria em relação à temporada anterior, quando as plantações foram atingidas por seca e geadas.
“Os técnicos chegaram à conclusão de que teve uma leve correção para cima da área de segunda safra, sendo a maior da história do Paraná. Basicamente, é uma correção”, afirmou o economista do Deral Marcelo Garrido.
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Com o clima colaborando e o plantio praticamente finalizado, o Paraná poderia ter uma grande segunda safra, após perdas na colheita de verão pela seca.
“Já considerando a produtividade inicial versus a área, a perspectiva é boa, o clima tem contribuído. No começo tínhamos receio até por vir da seca, mas a expectativa é de uma produção boa de segunda safra pelo setor todo, até porque o Paraná é muito dependente de milho pela agroindústria”, disse.
Segundo o departamento, o plantio de trigo em 2022 deve atingir 1,17 milhão de hectares no Paraná este ano, abaixo de 1,22 milhão de 2021, mas a produtividade média deve aumentar a 3,3 toneladas/hectares, ante 2,6 toneladas/ha.
Essa perda de área está relacionada a uma boa janela de plantio do milho segunda safra, que disputa terras com o trigo.
“O oeste teve recuo relativamente grande neste sentido, o oposto também é verdade, o milho teve ganho”, disse Carlos Hugo Godinho, especialista em trigo do Deral.
O Paraná, por plantar muito milho na segunda safra, tem menor perspectiva de avanço do trigo, cultura que deve crescer em área no Brasil pelos bons preços, com aumentos maiores aguardados principalmente no Rio Grande do Sul, disseram especialistas à Reuters recentemente.
O Deral ainda fez ligeiro ajuste na safra de soja, cuja colheita atingida pela seca já foi encerrada. Dessa forma, a produção do Estado foi estimada em 11,58 milhões de toneladas, ante 19,8 milhões de toneladas em 2021.