Algodão torna Salvador lugar de encontro dos gigantes do agro

19 de agosto de 2022
Vera Ondei

Congresso reuniu quase 2.500 em Salvador para três dias de evento

Terminou às 22 horas de ontem (18), o mais importante encontro da cadeia brasileira do algodão, a 13ª edição do congresso que reúne produtores da fibra. A dimensão de sua importância pode ser medida pelo tráfego nos corredores do centro de convenções de Salvador (BA), onde era fácil encontrar os maiores, mais importantes e tradicionais produtores rurais da cadeia do algodão.

Nomes como Eduardo Logemann, da SLC; Fernando Maggi, do grupo Amaggi; Walter Schlatter, do Grupo Schlatter; Sérgio De Marco, do Grupo BDM; Walter Horita, do Grupo Horita, são alguns poucos exemplos, sem contar a presença de todos os presidentes das associações estaduais que também são fazendeiros de peso em seus redutos.

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Mas não é somente isso. Além de executivos, donos de grandes empreendimentos, doutores, mestres e lideranças para os debates, um público de gestão e lida das fazendas ajudou a formar um batalhão de 2.450 inscritos para três dias de uma agenda repleta de temas sobre tecnologias e inovações. Por exemplo, do Grupo Horita, além dos três herdeiros que já se preparam para o processo de sucessão, os 20 engenheiros agrônomos que trabalham nas fazendas localizadas no oeste baiano estavam presentes. “A fazenda para nesse período, por causa do vazio sanitário, mas a equipe não, e esse é um momento que não podemos perder”, diz Horita. “O Brasil caminha para ser o maior exportador algodão do mundo e precisamos andar todos juntos.”

O país hoje é o segundo maior exportador, atrás apenas dos EUA, com 2 milhões de toneladas. Neste ano, os cotonicultores venderam para o mercado externo 1,68 milhão de toneladas no acumulado de agosto a julho de 2022, por US$ 3,22 bilhões. A meta é dobrar o volume nos próximos 10 anos anos. “Estamos mostrando ao mundo a qualidade do nosso produto, que é sustentável e pode competir em igualdade com mercados como o dos EUA e Austrália”, diz Júlio César Busato, presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão). “É possível ser o maior exportador. Veja que a grande maioria dos nossos agricultores eram pequenos e hoje são empresários, responsáveis pelo grande desenvolvimento do Brasil.”

Abrapa_Divulgação

Julio Busato, da Abrapa, diz que o país pode avançar muito nas exportações

Os analistas de mercado que estiveram no congresso, entre eles o engenheiro agrônomo Marcos Jank, professor e coordenador do AgroInsper Global, dizem que é possível porque entre os maiores produtores da fibra o Brasil é o único em que a produção e a produtividade permanecem em rota ascendente. A commodity é considerada a cultura que mais utiliza tecnologias para o aumento da produtividade, com quase a totalidade de áreas classificadas como médias e grandes fazendas.

“O país também tem de aumentar a percepção da qualidade do seu produto, que é superior a outros países, e fazer uma política de acordos bilaterais”, diz Jank.”Na Austrália, por exemplo, 100% do comércio são cobertos por acordos.” Em volume de produção de algodão, os maiores do mundo são Índia, com cerca de 6 milhões de toneladas da fibra, mais China, Estados Unidos, Brasil e Paquistão.

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