A projeção reflete a tendência de crescimento de 3,54% de área para a cultura, podendo chegar a 42,4 milhões de hectares, além de maior rendimento por hectare após a quebra da safra 2021/22 pelo clima desfavorável.
“A produtividade do ciclo 2022/23 deve apresentar recuperação em relação a atual safra após os problemas climáticos registrados nos Estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul”, disse a estatal em relatório sobre perspectivas para a nova temporada.
No novo ciclo, a maior disponibilidade do grão deve propiciar exportações na ordem de 92 milhões de toneladas, aumento de 22,2% em relação ao previsto para a safra 2021/22, e também um recorde, estimou a Conab.
Mesmo com a perspectiva de aumento dos embarques, os estoques da oleginosa para a temporada 2022/23 devem crescer em torno de 3,9 milhões de toneladas, para 9,89 milhões de toneladas.
Para o milho, a companhia espera produção total de 125,5 milhões de toneladas. Na primeira safra, há projeção de uma leve queda de área, com variação negativa de 0,6%, uma vez que o cereal concorre com a soja.
O diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen, disse em nota que o cenário de mercado não apresenta uma tendência de queda expressiva para as cotações de milho, com demanda e a oferta ainda ajustadas no ano que vem.
“Com isso, as margens para os produtores continuam positivas, mesmo com os altos custos de produção. Além disso, é preciso lembrar que nas duas últimas safras, o clima foi uma variável de grande influência para o desenvolvimento da cultura”, acrescentou.
A análise da Conab também aponta para um cenário de aumento de área, produtividade e consequente acréscimo na produção de algodão.
“Os fatores que impulsionam o avanço da cultura são o elevado patamar dos preços do produto, boa rentabilidade, a comercialização antecipada, entre outros. No entanto, as incertezas do cenário econômico mundial podem restringir esse crescimento.”
Diante desta produção, é esperada uma retomada no volume exportado para um patamar próximo a 2 milhões de toneladas, além de um estoque de passagem de aproximadamente 1,75 milhão de toneladas de pluma no fim de 2023.
Com o bom desempenho esperado para soja, milho e algodão, a Conab acredita que o Brasil pode colher uma safra recorde de grãos e oleaginosas, em 308 milhões de toneladas.