Segundo a entidade, os preços foram impulsionados pelo cenário econômico global, com guerra entre Rússia e Ucrânia e os efeitos prolongados da pandemia de Covid-19.
Houve também um impacto relevante da variação cambial, considerando que grande parte dos insumos é importada.
O desempenho foi limitado por uma diminuição de 12,3% no uso de fungicidas e menores aplicações na soja devido à seca da última safra de verão.
“Isso ocorreu, principalmente, devido à antecipação do plantio de soja no último trimestre de 2021 e a dura estiagem que atingiu a região Sul e parte do Centro-Oeste do Brasil no início deste ano, o que teve como consequência a redução da produtividade nessas regiões”, disse o presidente do Sindiveg, Júlio Borges Garcia, antecipando as informações à Reuters.
“Como os fungos dependem do tempo úmido para se desenvolver, os produtores rurais reduziram a aplicação de fungicidas, devido as condições desfavoráveis da lavoura e a menor incidência de doenças”, acrescentou ele, em nota.
O conceito de área tratada utilizado pela entidade é o resultado da multiplicação da área cultivada em hectares pelo número de aplicações de defensivos e, ainda, pelo volume de produtos formulados em cada uma das aplicações.
O maior uso de defensivos em outras lavouras importantes acabou compensando a redução na soja. Nas plantações de algodão houve aumento de 24% no período, para 134,95 milhões de hectares, o milho cresceu 15%, para 284,46 milhões, e a cana-de-açúcar avançou 6% a 34,42 milhões de hectares.
O agravamento do ataque de insetos, dificuldade para controle de doenças e aumento das infestações de plantas daninhas levou os agricultores brasileiros a investirem mais em tecnologias de defesa vegetal.
Em valor, os inseticidas representaram 37% dos produtos aplicados no primeiro semestre. Os herbicidas participaram com 26%, os fungicidas com 25% e o tratamento de sementes com 6%.
Em relação às culturas, o milho representou 33% do valor de mercado, a soja 23%, o algodão 18%, e a cana-de-açúcar 12%.