Lemainsk foi um dos convidados para falar a cerca de 400 convidados presentes ao 29º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, evento promovido pela Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo, que começou no domingo e terminou na tarde de hoje (27), em Foz do Iguaçu (PR). “O cultivo de trigo melhora a estrutura do solo e temos iniciado uma ‘revolução’, seguindo o mesmo caminho das produções de soja e de milho no Brasil”, afirma Lemainski.
LEIA MAIS: Brasil pode colher recorde de trigo com safra de quase 11 milhões de toneladas
O consultor privado do mercado de trigo, Pablo Maluenda, destacou que, nos últimos dez anos, a União Europeia tem se constituído como maior produtor de trigo entre os grandes exportadores, mas tende a reduzir a sua produção desde o seu pico em 2015, aumentando sua dependência das importações do Mar Negro e dedicando terras a outras culturas. Segundo ele, além da Rússia, há um aumento na produção também na Ucrânia e Argentina, entre os países que exportam para a América Latina, e queda na produção dos Estados Unidos em dez anos.
Maluenda apresentou os fatores que afetaram o mercado do trigo ao longo de 2022. “Destaco a guerra na Ucrânia, medidas econômicas tomadas nos Estados Unidos que afetam outros países e a economia mundial, o clima, e os reflexos da pandemia, que continuam a ser um fator que afeta os mercados, principalmente, considerando a situação na China e, ainda, uma possível recessão global como resultado”, afirmou.
No encerramento, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, destacou que o Brasil, embora ainda seja um importador de trigo, mas a ciência e pesquisa feita na entidade e nas universidades vem mostrando que é possível produzir mais e melhor. “Nós temos um programa de melhoramento genético de mais de 40 anos, trouxemos o trigo para o Cerrado”, diz Moretti. “O Brasil vai seguir alimentando o mundo.”