O agronegócio representou 36% de todas as cargas publicadas na Fretebras no primeiro semestre, sendo o Rio Grande do Sul o estado mais representativo com 15,6% desses fretes, seguido por São Paulo (12,6%), Minas Gerais (11,9%) e Mato Grosso (11,5%). Outro dado que o relatório aponta é a intensificação da digitalização dos fretes levando as empresas a reduzirem os custos com transportes em até 30%, se comparado aos valores despendidos com o uso de frota própria.
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Porém, há apostas para um ano recorde de safra do milho safrinha, o que tem se confirmado, já que as expectativas são de crescimento da ordem de 30% na produção, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Não por acaso, no primeiro semestre os fretes do grão aumentaram 64,7% na comparação com o ano passado.
“Além do milho, o trigo também também teve destaque na nossa plataforma no primeiro semestre, com um aumento de 182%. Uma clara demonstração da aposta dos transportadores do agro pela digitalização, em duas culturas que estão com estimativas de produções recordes para essa safra”, afirma Bruno Hacad, diretor de Operações da Fretebras, onde estão cadastrados cerca de 740 mil caminhoneiros e 18 mil empresas assinantes, com fretes que cobrem 95% do território nacional.
China e Ucrânia afetam portos
No primeiro semestre de 2022, foram movimentadas 581 milhões de toneladas de cargas pelos portos do país, segundo dados da ANTAQ (Associação Brasileira de Transportes Aquaviários). Porém foi registrada uma queda de 3,3% em relação a 2021, no total. A redução ocorreu em função dos problemas ocorridos na China, de lockdowns, fechamento de indústrias e portos, além da tensão com a guerra da Ucrânia.
A Fretebras analisa três portos que juntos movimentaram cerca de 100 milhões de toneladas de cargas no primeiro semestre de 2022: Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e Santos (SP). Além disso, foram os portos que mais registraram fretes na Fretebras neste período.
No porto de Paranaguá, no Paraná, houve uma queda nos fretes de fertilizantes, o produto mais importado por lá. Na Fretebras, a representatividade dos fretes deste produto com origem no porto caiu 1,5 p.p (ponto percentual) no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a ANTAQ, as toneladas de todos os produtos importados pelo porto reduziram 3,9%. Quanto às exportações, houve queda de 1% no volume, com grande influência da estiagem que atingiu a soja. Na Fretebras, houve queda na representatividade dos fretes da oleaginosa de 9,7 p.p.
No porto de Rio Grande (RS), o principal produto importado, fertilizante, teve um aumento de 14,1% no volume de toneladas desembarcadas, de acordo com a ANTAQ. Na plataforma da Fretebras, os fretes do produto representaram 83,5% de todos os fretes originados no porto gaúcho e sua variação também foi positiva (+67,6%) na comparação entre os semestres. Sobre os produtos embarcados, o porto gaúcho registrou queda no volume de toneladas, porém o trigo se destacou positivamente, com aumento de 187%. Na Fretebras, os fretes do cereal com destino a Rio Grande aumentaram 9.000%, representando 37,1% das cargas com destino ao porto no primeiro semestre.