A companhia, que já “tokenizou” 250 mil toneladas de grãos na Argentina, projeta 1 milhão de toneladas para o Brasil em 2023, disseram executivos hoje (19), ao anunciar os planos que incluem uma parceria firmada com a Visa para impulsionar os negócios com a utilização de cartão.
Neste início da operação brasileira, foram estabelecidos cinco polos de atuação em Mato Grosso para fomentar negociações envolvendo os ativos digitais, preliminarmente entre produtores, revendas de insumos e compradores de soja e milho.
Nessas operações de “barter”, muito usadas para o produtor garantir os insumos para o plantio, com o compromisso de venda de parte da colheita futura, o produtor já usa sacas de soja ou milho como moeda, as quais, digitalizadas, podem dinamizar e otimizar os negócios, aposta a Agrotoken.
“O produtor já pensa em grãos, 40% das negociações são em ‘barter’, quando o produtor arrenda uma área, ele usa sacas de soja, o grão já atua como uma moeda, o token formaliza isso”, exemplificou Astrada.
Nessa linha, ele acredita ser possível forte adesão à plataforma da Agrotoken nos próximos anos.
Os executivos da companhia destacaram que os ativos da Agrotoken têm vantagens sobre outras criptomoedas, pois são fungíveis e inteiramente lastreados em produtos físicos.
Além disso, para o token ser emitido, não basta que o produto agrícola esteja armazenado, por exemplo. Ele precisa ter sido negociado, o que mantém compradores de grãos, como tradings, no processo.
“Queremos ajudar o mercado a evoluir”, destacou o diretor da Agrotoken no Brasil, Anderson Nacaxe.
Na primeira fase, a companhia, que cobra uma taxa pelo gerenciamento das negociações, vai ofertar tokens de soja, milho e trigo, e no futuro projeta de carnes e etanol.
Nacaxe comentou que em um primeiro momento as transações estarão restritas a produtores agrícolas, mas no futuro a ideia é que as pessoas na cidade ou empresas de serviços e comércio possam negociar utilizando os tokens, uma forma de se proteger, por exemplo, de oscilações de preços.
“Só vamos abrir a base para pessoas físicas quando o produtor rural estiver bem atendido”, disse o executivo, que vislumbra, no futuro, um consumidor realizando compras cotidianas, como o pagamento por etanol nos postos com token.
Segundo os executivos, não há pendências regulatórias para a companhia operar no Brasil.