Em sua primeira projeção para a nova temporada, o presidente da consultoria, Plínio Nastari, afirmou durante evento que é cedo para marcar uma posição definida, porém estima-se que a moagem de cana-de-açúcar aumente para o intervalo entre 575 milhões e 590 milhões de toneladas, com melhores condições climáticas e investimentos nos canaviais.
Leia mais: Cofco vê alta na moagem de cana no ciclo 2023/24 do centro-sul
“A produção de açúcar em 2023/24 deve depender dos preços do petróleo e da gasolina, da competitividade do etanol em função da tributação sobre combustíveis e da expansão da economia”, disse ele.
Na melhor das hipóteses para o açúcar, a produção na nova safra cresceria mais de 15%.
Na véspera, a trading e produtora chinesa Cofco já havia feito análise semelhante, apontando incertezas sobre o mix de cana para a nova safra, que dependerá da continuidade ou não da isenção dos impostos federais de combustíveis a partir do ano que vem.
“Estamos prevendo para 2023/24 uma redução adicional de 1,8% de área, o que a gente leva em conta nas nossas estimativas”, disse ele, sem detalhar a área estimada para o próximo ciclo.
A redução é decorrente das margens de lucro dos grãos, que se sobressaem aos resultados da cana e têm levado produtores ao plantio de soja, por exemplo, em detrimento dos canaviais.
Ainda em relação ao açúcar, o presidente da Datagro afirmou que um atraso na safra indiana aliado a uma modesta recuperação na produção da Tailândia deve fazer com que o mercado internacional se mantenha aquecido e demande o adoçante brasileiro.
Por outro lado, a contínua expansão na produção de etanol de milho tende a elevar a oferta do biocombustível no Brasil, o que pode levar as usinas a optar por um mix de produção mais açucareiro em 2023/24. A Datagro não divulgou as projeções para a fabricação de etanol na nova safra.
Para o ciclo atual, a produção total de etanol foi estimada em 29,27 bilhões de litros, sendo 24,67 bilhões provenientes da cana e 4,6 bilhões do biocombustível de milho.
Fim de safra
Em relação ao ciclo de 2022/23, que caminha para o encerramento, Nastari lembrou que amplos volumes de chuvas fizeram com que as usinas perdessem dias de moagem em um patamar maior do que em anos anteriores, o que afetou o volume produzido.
Com isso, ele acredita que algumas usinas ainda estarão em atividade de processamento durante o primeiro trimestre de 2023.
Por outro lado, são justamente estes níveis de chuvas que geram condições mais favoráveis para os canaviais da próxima temporada.