As chuvas excessivas, além de prejudicarem a germinação e o desenvolvimento inicial da soja do Paraná – um dos três maiores Estados produtores do Brasil–, podem levar ao replantio em algumas áreas, disse a consultoria AgRural.
Um alongamento do ciclo traria consequências para o calendário da segunda safra de milho, plantado após a colheita da soja. Mas a expectativa é de tempo mais firme na semana que vem, o que deve ajudar produtores.
“Esses dias de tempo aberto (previstos para semana que vem), se confirmar, vão ser de muito trabalho no oeste do Paraná. O plantio já esta encaminhando para a reta final (nessa região)”, disse o analista Adriano Gomes, da AgRural.
Um clima mais seco na semana de 23 a 29 de outubro, além de ajudar na semeadura, seria “muito bem-vindo para dar um arranque na safra, já que o desenvolvimento inicial está lento devido ao tempo nublado, chuvas frequentes e com temperaturas mais amenas”.
As chuvas seguirão volumosas até pelo menos sexta-feira, com os maiores volumes esperados para quinta-feira, mas depois as precipitações diminuem e devem ser quase inexistentes no Paraná até o final do mês, segundo dados meteorológicos do terminal Eikon.
Com isso, o índice de plantio no Estado atingiu 32,5% da área esperada, versus 37,9% há um ano. A situação só não é pior porque que os trabalhos começaram mais cedo este ano antes de serem paralisados, o que deixa o ritmo ainda acima da média histórica de cinco anos para a época (29,8%, segundo a AgRural).
No Brasil, produtores tinham semeado até a última quinta-feira 24% da área estimada para o país, contra 10% uma semana antes, ou um salto de mais de 6 milhões de hectares em sete dias. Um ano atrás, 22% da área brasileira estava semeada.
O avanço em termos nacionais ocorreu com a confirmação da previsão de chuvas em áreas secas do Centro-Oeste do Brasil na semana passada.
Em Mato Grosso do Sul, o total plantado ocupa 15%, contra 17,3% da média. Em Goiás, o plantio chega a 17%, acima da média de 8,8%, acrescentou a Safras, destacando ainda o início dos trabalhos no Rio Grande do Sul, com 0,2% da área projetada já semeada.
Com uma possível elevação de produtividade e uma área plantada maior, a previsão inicial é de uma produção de 151,5 milhões de toneladas de soja, 20,3% maior que no ciclo anterior, disse a Safras.