A Argentina, maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, vende desde segunda-feira sua soja com uma taxa de câmbio de 230 pesos por dólar, 38% superior à taxa interbancária que regeu o mercado na terça-feira, o que incentivou as operações.
As exportações do complexo da soja são a principal fonte de divisas para o país sul-americano, cujo banco central está tentando reforçar suas posições em moeda estrangeira, que caíram acentuadamente com a incerteza sobre a moeda local em meio à alta inflação e adversidades financeiras.
Segundo a BCR, o valor de referência de Rosário, principal mercado de grãos da Argentina, estava na segunda-feira para a soja a 85 mil pesos (509 dólares) a tonelada.
Durante o mês de setembro, quem vendeu sua soja recebeu uma taxa de câmbio de 200 pesos por dólar, contra as cerca de 147 unidades pelas quais a moeda local era cotada no mercado oficial. A Argentina sofre com uma inflação muito alta que em 2022 pode fechar em cerca de 100%.
O plano de setembro foi muito eficaz, pois impulsionou as vendas de cerca de 13,3 milhões de toneladas de soja, ante uma média mensal de operações de 4,4 milhões de toneladas.
Esse mesmo relatório mostrou que entre 10 e 17 de novembro, os produtores tinham vendido um total de 165,5 mil toneladas de soja 2021/22, bem abaixo das quase 300 mil reportadas na segunda-feira.