Por que é preciso esclarecer a questão dos agrotóxicos no Brasil

17 de dezembro de 2022

No Brasil, 748,6 milhões de hectares foram tratados com defensivos agrícolas durante o primeiro semestre do ano

Paulo Whitaker/Reuters

Movimento no agro busca trazer mais agilidade para o uso de nova moléculas de defensivos

Você já deve ter ouvido artistas falarem sobre o “pacote de veneno”. Como também já pode ter visto campanhas publicitárias que confundem a sociedade , mostrando cenas da Copa do Mundo e ataques ao Brasil por envenenar a população através da produção de alimentos. Vamos analisar os dados da ciência e das nossas agências regulatórias. Existe um projeto de lei que tramita desde 1999 para modificar as regras dos agrotóxicos no país.

Por isso, ocorre todo esse movimento. Entre seus objetivos, está a agilidade nos testes e a permissão do uso de novo as moléculas de defensivos cada vez mais modernas, que implicam em maior eficiência e uso menor em quantidade por área de aplicação.

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Fala se muito do Brasil como líder mundial no mercado de defensivos ou pesticidas.

Mas, é claro, nós somos um país tropical, temos grandes áreas e plantações. Fazemos várias safras por ano, mas isso é diferente do consumo por área ou por hectare. Esse é o indicador correto de ser apresentado: por área. Consumimos menos que países como Holanda, França, e Japão.

Além de tudo, a fiscalização e análise que antecedem a aprovação dos agroquímicos continuarão com o mesmo rigor, envolvendo aspectos toxicológicos avaliados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Por isso, conheça as informações em profundidade e entenda os objetivos. Os avanços no agronegócio na última década aconteceram em grande velocidade. E precisamos acompanhar esses avanços também pensando na segurança alimentar mundial.

Carmen Perez é pecuarista e entusiasta das práticas do bem-estar animal na produção animal. Há 14 anos, trabalha intensivamente a pesquisa na fazenda Orvalho das Flores, no centro-oeste do Brasil, juntamente com o Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal e universidades internacionais. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) em 2017/2018.

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