Foram ouvidas 4.215 pessoas em todas as regiões do país, abrangendo diferentes classes sociais de diversas faixas etárias. E os resultados são animadores: a maioria dos brasileiros ama o campo!
Cerca de 52% dos entrevistados foram mulheres; 48% homens. Entre os entrevistados, 30% tinham entre 15 e 29 anos; 52% entre 30 e 59 anos e 18% mais de 60 anos. 49% pertenciam às classes B e C; 50% às D e E; e só 1% à classe A. Foram ouvidas pessoas do Sudeste (42%), Nordeste (26%), Sul (14%), e 9% tanto no Centro-Oeste quanto no Norte do país.
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Por outro lado, a maior resistência é a dos mais jovens. Seria legítimo imaginar que a falta de conhecimento nessa faixa – ou, até pior, a educação enviesada por causa de material escolar descolado da realidade e negativo ao agro – seja responsável por esse distanciamento? É o que está procurando estudar outro interessante movimento nascido no ano passado: “De olho no material escolar”. Criado no interior do estado de São Paulo por mães e pais inconformados com o que dizem muitas apostilas e livros adotados em escolas públicas e privadas, o “De olho” já se esparramou por todo o país e vem demostrando às editoras principais de material didático que existe uma clara distorção da verdade devida ao desconhecimento dela ou a uma posição ideológica à esquerda dos autores. Seja como for, é preciso cuidar dessa importantíssima parcela da sociedade, pois é o futuro.
Para 69% dos entrevistados, um dos atributos do agro é geração de riquezas, enquanto 68% acreditam que o setor gera orgulho e 65% consideram que ele tem credibilidade.
Há muitas outras informações derivadas da pesquisa que podem orientar os integrantes do “Todos a uma só voz” a que pontos atacar para um projeto de comunicação permanente junto à sociedade brasileira (e internacional) para melhorar a conexão campo/cidade, que é tão mais integrada nos países desenvolvidos. Como insiste a ABMRA (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro), uma das principais coordenadoras do projeto, o movimento não é uma campanha de curta duração, mas um verdadeiro programa educacional.
Roberto Rodrigues é engenheiro agrônomo, agricultor, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e embaixador especial da FAO para Cooperativas. Participa de diversos conselhos empresariais, institucionais e acadêmicos.
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