O volume, que supera a produção total de países como o Paraguai, poderia ser maior não fosse o atraso nos trabalhos por chuvas, acrescentou o analista da consultoria Adriano Gomes, à Reuters.
Leia também: Preço do farelo de soja tem maior valor desde junho de 2014 em Chicago
“Sem trégua digna de nota nas chuvas, Mato Grosso seguiu colhendo nos poucos intervalos de tempo firme e umidade mais baixa. No Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde a colheita já vinha atrasada devido ao alongamento do ciclo de parte das lavouras, as precipitações da semana passada seguraram o ritmo das colheitadeiras”, afirmou a AgRural em nota.
O Brasil deve colher uma safra recorde de soja acima de 150 milhões de toneladas, indicou a consultoria, notando ainda que o tempo seco e quente reduz o potencial de safra no Rio Grande do Sul, Estado que diferentemente da maior parte do país enfrenta adversidades climáticas.
Segundo Gomes, não é possível estimar quanto do volume colhido está sendo direcionado para o mercado interno ou para exportação.
Ele comentou que a programação de embarques de soja para fevereiro está forte, “mas poderia ser melhor”.
“Tivemos um atraso nesse início de colheita (de soja) em Mato Grosso, e além disso exportamos muito milho”, ressaltou, lembrando que o cereal acaba concorrendo com espaço com a soja nos portos.
Gomes disse ainda que os produtores seguem com ritmo lento de vendas de soja, aguardando melhores preços.
Ele disse que a AgRural está trabalhando no levantamento de dados de vendas em janeiro, mas que não deve ter tido grande avanço.
“O produtor já não vinha vendendo muito, agora com a queda do câmbio nesse início de fevereiro o mercado travou.”
O dólar chegou a cair abaixo de R$ 5 na semana passada e operava em alta a R$ 5,1625 nesta segunda-feira (6).
Milho
“Apesar de atrasado, Mato Grosso segue na liderança entre os Estados, seguido de longe por Goiás e Paraná. Ainda não há grande preocupação com a janela de plantio, já que os produtores têm capacidade de acelerar o plantio assim que as condições climáticas melhorem. Mas é preciso que as chuvas diminuam logo”, disse.
Já a colheita do milho verão 2022/23 chegou na quinta-feira (2) a 10% da área cultivada no centro-sul, contra 18% no mesmo período do ano passado. “O ritmo segue puxado pelo Rio Grande do Sul, onde o avanço das máquinas confirma a quebra de produtividade por estiagem.”