Os portos da China estão liberando carregamentos de carne bovina australiana no prazo de uma ou duas semanas desde o início deste ano, muito mais rápido do que os meses registrados nos últimos dois anos, disseram participantes do setor hoje (10).
O mais recente sinal de “degelo” das relações entre os dois países ocorre após uma visita à China do ministro das Relações Exteriores, Penny Wong, a primeira viagem desse tipo de um ministro australiano em três anos.
“Os distribuidores australianos de carne bovina estão relatando tempos de processamento muito mais rápidos recentemente nos portos chineses”, disse Andrew Cox, gerente geral para mercados internacionais em Cingapura da corporação comercial Meat & Livestock Australia (MLA), à Reuters.
Os tempos de liberação caíram para cerca de uma a duas semanas desde janeiro, em relação aos dois meses anteriores. Cox se recusou a comentar os motivos da mudança.
Nem a Administração Geral de Alfândegas da China nem o ministro do Comércio da Austrália responderam aos pedidos de comentários.
A Austrália é um dos principais fornecedores de carne bovina para a China, mas os volumes de lá caíram desde 2020, mesmo com o país comprando maiores quantidades de carne bovina em geral, especialmento do Brasil.
A China suspendeu seis fábricas australianas de carne bovina de seu mercado em 2020, alegando irregularidades na rotulagem e outras questões técnicas.
As importações de outros fornecedores australianos continuaram, mas inspeções detalhadas pela alfândega estenderam o tempo de desembaraço por semanas, dizem os importadores chineses, levando alguns compradores a mudar para outros fornecedores.
Normalmente, os contêineres de carne são processados em poucos dias, dizem os importadores de carne chineses.
A China abandonou os testes Covid para importações de alimentos refrigerados e congelados a partir de 8 de janeiro, o que também pode ter ajudado a acelerar o processamento, disseram os importadores.
A Austrália embarcou 145 mil toneladas de carne bovina para a China nos primeiros 11 meses de 2022, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, segundo dados da MLA, mas bem abaixo das 300 mil toneladas em 2019, antes das suspensões das fábricas.