“O blockchain, por si só, já descentraliza. O stable coin é um modelo de criptomoeda que é lastreada em ativos reais. O real digital vai conseguir empoderar a população. Tem uma série de tecnologias envolvidas nesse novo ambiente”, diz a advogada Nicole Dyskant, head de Legal e Compliance da Hashdex, uma das maiores gestoras de criptoativos, e que está deixando a posição para se dedicar à área de ativos digitais em seu escritório de advocacia, o Dyskant Advogados. “Proteger o cidadão na hora de transacionar com as moedas digitais é uma questão central de sustentabilidade”, afirma ela, reforçando que investidores se mostram ávidos e de olho em oportunidades.
LEIA MAIS: “Chegou a hora da criptoeconomia”, diz presidente da CVM na Rio2C
“Os instrumentos são utilizados como mecanismo de praticidade. Então, temos uma oportunidade, ao mesmo tempo, de levar educação a esse sistema de produtos financeiros”, diz ela. Vidual explica que a autarquia não tem, ainda, todas as respostas relativas a padrões, ou critérios de métricas, mas que a CVM está trabalhando nesse sentido. “Para melhorar os relatórios relacionados à sustentabilidade”, afirma. “O que a gente percebe é que os tomadores de recursos querem desenvolver projetos educativos que geram impactos ambientais.”
De acordo com Vidual, as tecnologias vão ajudar a fazer essa ponte entre os ativos verdes e o mercado de capitais. Essa ponte é um dos focos da Moss, uma fintech ambiental que vende créditos de carbono, tendo a tecnologia da blockchain como um caminho para levar liquidez a esses créditos de carbono.
Luiz Antônio Whitaker Dias Garcia, CSO da fintech, explica que a mudança na configuração dos negócios da Moss vem dando respostas para escalar esse core. A mudança foi passar de comprador de crédito para colocá-los no mercado para construtor de projetos de crédito como instrumento para acelerar essa oferta.
“A blockchain é uma ferramenta muito importante para democratizar o acesso ao investimento ou compensação de crédito de carbono”, diz Garcia. “A gente tem 38% das florestas mundiais. Já se falou que 15% dos créditos carbono do mundo estariam na Amazônia, e que poderiam chegar a 50%. Na Amazônia há 38 milhões de habitantes. Então, tecnologias ajudam as comunidades”, afirma Garcia. O mais recente relatório do ICC Brasil (International Chamber of Commerce), mostra que todo o país tem capacidade de suprir até 48,7% da demanda global de mercado voluntário de carbono e de 28% de mercado regulado, dentro dos parâmetros da ONU (Organização das Nações Unidas).