A inovação viabiliza o acesso à agricultura de precisão e à comercialização de crédito de carbono no mercado voluntário internacional. A tecnologia permite financeiramente medir, reportar, verificar e comercializar (MRVC) o carbono na agricultura, ao mesmo tempo em que faz a gestão da fertilidade do solo e nutrição das plantas, para o gerenciamento de indicadores de sustentabilidade e produtividade agrícola.
Leia também:
Brasil caminha para aumentar a exportação de peixes em 2023
Embrapa vai medir emissão de metano de bovinos em Mato Grosso
O anúncio da tecnologia ocorreu nesta semana, como parte das comemorações dos 50 anos da Embrapa e estará disponível ao público durante a Agrishow, feira de tecnologias que acontece na próxima semana, de 1º a 5 de maio, em Ribeirão Preto (SP). Vale registrar que a Agrorobótica é uma spin-off da Embrapa Instrumentação criada em 2015, que começou com um funcionário e três estagiários e hoje conta com equipe multidisciplinar de 30 funcionários. A startup é o primeiro centro fotônico no país, voltado para agricultura em operação comercial e escalável.
Tecnologia vai em busca de carbono mensurável
No segundo semestre de 2022, a tecnologia LIBS foi aprovada mundialmente pela certificadora americana Verra, que gerencia o principal programa voluntário de mercados de carbono do mundo, o VCS (Programa Verified Carbon Standard).
De acordo com a pesquisadora da Embrapa, Débora Milori, que coordena o Lanaf (Laboratório Nacional de Agrofotônica), a LIBS é uma técnica espectro analítica rápida, reprodutível e limpa. “Ela usa pulsos laser de alta energia para criar um microplasma na superfície da amostra, e assim, determinar a sua composição química. Por ser uma técnica analítica direta, ela pode ser aplicada a uma grande variedade de amostras em diferentes estados físicos da matéria”, explica Milori.
Segundo a pesquisadora, na agricultura, o LIBS permite analisar a composição química de solos sem a necessidade de um laborioso preparo de amostras e qualquer geração de resíduos químicos. Portanto, o uso do LIBS na Agricultura e Meio Ambiente é tão inovador e sustentável.
“É diferente dos métodos de análise de solos convencionais que utilizam vários reagentes químicos para extrair esses nutrientes do solo e usam mais de dez métodos de medidas diferentes para obter a mesma informação que o LIBS mensura com um único tiro laser”, afirma Angelis.
A empresa aposta em um modelo de prestação de serviços diferenciado para a nova tecnologia, oferecendo consultoria aos agricultores que fazem adesão ao programa de carbono. Segundo Angelis, os serviços têm início com o envio do CAR (Cadastro Ambiental Rural) da propriedade sobre o qual todo o planejamento amostral estratégico do projeto é realizado. Esse trabalho leva em consideração múltiplas informações para uma amostragem inteligente representativa.
“Esses dados são enviados para a equipe de coleta no campo que acessam as informações via aplicativo de celular. A coleta de solo é georreferenciada e cada amostra de solo é identificada com QRcode único. As informações do campo são enviadas para a nuvem e acessadas antecipadamente pela equipe da Agrorobótica. Em seguida essas amostras são transportadas para o Centro Fotônico da Agrorobótica onde cada amostra é rastreada e identificada,” diz Angelis.