Produção de soja na Argentina deverá ser a menor dos últimos 15 anos

25 de maio de 2023
Eduardo Bodiño/Guettyimages

Produtor de soja da região de Rosário, na Argentina, na lavoura comprometida

A estimativa de produção de soja na Argentina sofreu novo corte pela BCR (Bolsa de Valores de Rosário) de 200 mil toneladas, para 3,9 milhões de toneladas, 20% do que estava previsto nas primeiras estimativas.

Com a primeira safra de soja quase terminada e com um avanço de 70% na segunda, a BCR fez novos cortes de produção na semana passada, de modo que “haverá 80% menos soja do que era esperado produzir no início da temporada”, quando a estimativa de uma produção estava em 19,8 milhões de toneladas.

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A agricultura do país sofre com a quebra de safra em vários cultivos, mas na soja ela tem um impacto maior na economia pela sua importância. O país é o que mais exporta óleo e farelo de soja no mundo, com uma indústria de processamento de grãos com capacidade para esmagar até 73 milhões de toneladas da oleaginosa por safra.
Mas o país vem enfrentando uma severa seca, com recorde de falta de chuvas nos últimos três anos.

As chuvas começaram a minguar em 2020, quando o fenômeno La Niña se acentuou. A previsão é de que os argentinos importem o grão para cumprir seus compromissos de exportação para o mundo comprando soja no Brasil e no Paraguai.
Assim, “nesta campanha a soja vai ter a menor produção dos últimos 15 anos”, disse a entidade, coincidindo com o pior recorde de produtividade no mesmo período.

De abril a maio, a produtividade da região de referência caiu mais de 100 kg e situou-se em 1.300 quilos por hectare (kg/ha), classificando-se como a pior marca desde 2008/09, quando a produtividade média se posicionou em 2.400 kg/ha.

Em relação à média das últimas cinco campanhas, 2022/23 está 2.100 kg abaixo, comentou a bolsa e alertou que a produtividade da soja de segunda categoria “não chega a 1.000, com média de 800 kg/ha, e a da primeira é de 1.500 kg/ha”. O sudeste de Córdoba é a área onde se localizam os melhores rendimentos médios, com 1.600 kg/ha, enquanto no noroeste de Buenos Aires, centro-sul e extremo sul de Santa Fé a média é de 1.300 kg/ha. O nordeste de Buenos Aires colheu os piores números e tem uma produtividade média de 1.100 kg/ha.(Com Forbes Argentina)