Uma safra maior do que a de 2022 – mas ainda inferior ao recorde de 2020 – e o aumento da demanda por grãos da variedade conilon/robusta balizam essa avaliação de retomada dos embarques do Brasil, que deverá também manter bom ritmo de volume de exportação no primeiro semestre de 2024.
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“Ainda estamos muito aquém do recorde de 2020, mas com certeza tem um cenário muito interessante: cafés em mais quantidade e qualidade para esta safra que está chegando”, disse ele, referindo-se às áreas de grãos arábica, principal variedade colhida no Brasil.
Ele afirmou também que a safra de café conilon/robusta do país deve “repetir” o volume do ciclo anterior, em visão diferente da estimativa da estatal Conab, que aponta uma queda de 7,6% ante o recorde do ano passado.
Considerando uma boa safra e preços altos para o conilon/robusta, o presidente do Cecafé vê impulso nas exportações dessa variedade, beneficiando os embarques gerais do Brasil.
“Isso vai obviamente reverberar em exportações melhores de conilon, o que não acontecia há muito tempo, e também exportações maiores de arábica, fruto da melhoria dessa produção”, disse.
No caso do conilon/robusta, os preços estão sendo negociados próximos de uma máxima recente de 15 anos, por conta principalmente da quebra de safra do Vietnã, maior produtor dessa variedade.
Maiores embarques
Ferreira evitou cravar uma previsão de exportação de café do Brasil, maior produtor e exportador global, para o ano. Mas disse que a entidade está “muito otimista” em relação ao segundo semestre deste ano.
Ainda que tenha forte recuperação nos embarques no segundo semestre, o Brasil não deverá superar o número de 2022, uma vez que tanto o ano passado quanto o primeiro semestre de 2023 sofreu impactos das geadas de 2021, além da estiagem anterior.
Mas não seria “impossível” ficar próximo de 35 milhões de sacas no ano calendário, admitiu ao ser questionado.
“Depende de volume do conilon, vai ter uma demanda, que vai aparecer, acentuada pelo conilon. Se o comportamento do produtor for dar liquidez, vamos ter uma recuperação muito grande na exportação de café.”
O presidente do Cecafé disse também estar vendo “muito interesse” do produtor de arábica em voltar a vender para esta safra e a próxima. “Ele se recolheu (nas vendas) porque estava inseguro sobre o clima, hoje ele já se vê atraído por preço de R$ 1,1 mil (a saca), estão saindo negócios para esta safra e para a próxima”, comentou.