No ano passado, a Mr Veggy foi comprada. Agora, foi a vez da Gerônimo. Até então, a única características em comum eram ser marcas dedicadas ao mercado plant based. Hoje, além disso, elas pertencem à Grano Alimentos, empresa gaúcha com sede no município de Serafina Corrêa (RS), a 220 km de Porto Alegre, que anunciou nesta terça-feira (13) a compra da startup de plant based Gerônimo.
Com a aquisição, a meta é chegar em 2025 com um faturamento anual na casa de R$ 600 milhões. A gaúcha Grano Alimentos, uma das maiores marcas brasileiras de vegetais congelados, como brócolis, milho, alho, ervilhas, entre outros, acredita que possa ganhar uma fatia do mercado plant based. Do total da meta de receita, a empresa aposta que pelo menos R$ 50 milhões possam vir deste nicho de mercado.
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“Estamos dando sequência ao nosso plano comunicado no ano passado de nos associar às novas plataformas de alimentação”, diz Fernando Giansante, CEO da Grano Alimentos, marca que atua no mercado há 22 anos e que mantém uma longa tradição de parceria com agricultores familiares. Atualmente, com suporte técnico, são cerca de 250 agricultores associados à Grano, com contratos de compra das safras produzidas durante todo o ano.
No ano passado, quando a empresa comprou a Mr Veggy, a Grano faturava R$ 250 milhões. O valor da compra da Gerônimo não foi informado, mas o futuro desse segmento de mercado dá ideia do motivo do alvo. Os alimentos plant-based devem chegar a um movimento de US$ 166 bilhões no mundo até 2030, de acordo com a pesquisa “Plant Based Foods Poised for Explosive Growth”, publicada pela consultoria Bloomberg Intelligence.
Fundada em 2015, a Gerônimo é uma startup que está presente nas principais redes de varejo. A empresa fabrica seus produtos em uma unidade de Atibaia (SP), como hambúrgueres de grão de bico, lentilha, quibe de berinjela e mandioquinha, entre outros, além de produzir as marcas próprias de varejistas como o Carrefour Brasil, como a linha Carrefour Veggie, desde 2021. A compra da marca Mr. Veggy também contemplou uma fábrica no interior paulista, no município de Santana de Parnaíba.
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“Nosso diferencial com essas duas aquisições é reforçar a posição como clean label, ou seja, na produção de alimentos que contenham predominantemente ingredientes e aromas naturais. Acreditamos que esse mercado tem um enorme potencial de crescimento”, diz Giansante. “Queremos ampliar nossa presença nesse ecossistema de alimentação saudável, com a oferta não só de vegetais congelados, mas também de opções mais elaboradas.”
Danilo Rodrigues, presidente do conselho da Grano, afirma que “o momento da Grano é de expansão dos negócios” e sinaliza que as compras podem prosseguir. “Estamos conquistando cada vez mais clientes em diferentes canais. Seguimos atentos a novas oportunidades de mercado”, afirma. Atualmente, a Grano comercializa cerca de 200 variações de vegetais entre os monoprodutos e suas combinações, e tem reforçado sua estratégia no food service.