Hoje, esse consumo pode ser segregado em 39% carne de frango, 33% carne suína, 23% de carne bovina e 5% carne de oriunda de ovinos e caprinos. Esse ritmo de crescimento salta aos olhos e se justifica, dado o incremento populacional de pessoas que podem pagar por fontes proteicas eficientes, que são mais caras do que legumes e cereais. Via de regra, quanto maior o PIB per capita de um país, maior do seu consumo de carne por habitante. E não por acaso, quando há aumento de renda, aumenta também do consumo de carnes e consequentemente a redução do consumo de legumes e cereais.
Confira também:
- Por que a boa safra de milho puxa o preço da carne para baixo
- Por que o preço da carne cai para o pecuarista e não cai igual para o consumidor
- Entenda o que seria a mudança de moeda nas transações com o agro chinês
O maior parceiro comercial do Brasil para carne é a China e serve de exemplo de como o crescimento da renda e a saída da miséria refletem em aumento de consumo de carne, de 5 kg nos anos 1960 para os atuais 58 kg, fechados em 2022. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), até 2030 o consumo ainda deverá aumentar mais 15%, tendo como motor desse crescimento os países emergentes e em desenvolvimento.
* Lygia Pimentel é médica veterinária, economista e consultora para o mercado de commodities. Atualmente é CEO da AgriFatto. Desde 2007 atua no setor do agronegócio ocupando cargos como analista de mercado na Scot Consultoria, gerente de operação de commodities na XP Investimentos e chefe de análise de mercado de gado de corte na INTL FCStone.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
/