“Tudo funcionou muito bem no embarque, e já tem mais dois ou três navios de milho alinhados para este mês”, destacou Humberg, que também é presidente do conselho de administração do Tesc, no qual a Agribrasil detém fatia majoritária.
Após investimentos de R$ 250 milhões para adequar o terminal a grãos — antes operava apenas na descarga de produtos siderúrgicos e fertilizantes, entre outros –, o Tesc poderá chegar a exportar 3 milhões de toneladas de soja ou milho por ano, dobrando a capacidade de exportação desses produtos pelo porto de São Francisco do Sul (SC).
“Já temos volumes de vendas de 800 mil toneladas (de milho) para os próximos meses, e já temos grande parte desse volume comprado. Amanhã (quinta-feira) já chega mais um navio (para carregamento, dia 19 tem mais outro”, disse Humberg, também fundador da Agribrasil, trading que registrou forte crescimento nos últimos anos.
A companhia comercializou 2,2 milhões de toneladas de grãos em 2022, alta de 78% ante 2021, com impulso de negócios de milho para exportação. O cereal representou 69% do total comercializado pela empresa no ano passado, enquanto a soja respondeu pelo restante.
O executivo da Agribrasil, que contratou exclusividade para embarcar com grãos por “alguns anos” no Tesc, disse que a situação atual de “estresse logístico” no Brasil, diante das safras recordes do país, favorece a companhia.
“Temos um berço privado com atracação imediata”, ressaltou Humberg, lembrando que concorrentes podem encarar 40 dias de filas para embarques em outros portos.
De outro lado, o terminal de grãos do Tesc “abre mais uma boca no Sul do Brasil” para o escoamento de produtos que ajuda a reduzir o “estresse logístico” que o país vive.
Em julho, a exportação combinada de soja e milho do Brasil registrará o maior volume mensal do ano, estimou nesta quarta-feira a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais).
Mercado do milho
Sobre a situação do mercado de milho, que registrou queda de preço acentuada no Brasil à medida que a safra recorde do país se confirmou, o CEO da Agribrasil disse que a situação também favorece a empresa.
“O momento está ótimo, os preços baixos são indiferentes para nós. O nosso modelo é muito casado, é de um risco muito limitado, não tem posição de risco direcional. Mas o preço do grão menor resulta em menor custo financeiro, isso é positivo”, comentou.