Os DDGs, sigla em inglês para grãos secos por destilação, ou DDGSs (com solúveis), são um tipo de farelo bastante comum nos Estados Unidos, maior produtor global de etanol com base no processamento de milho.
Esse coproduto do esmagamento do cereal encontra boa demanda em fabricantes de ração para alimentar criações da indústria de carne, podendo assumir até 25% do faturamento de uma usina de biocombustível, segundo a Unem (União Nacional do Etanol de Milho). E tem grande potencial no Brasil, terceiro maior produtor de milho do mundo, mas que destina ainda apenas 10% dos grãos para a produção de etanol.
A projeção foi feita após a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a Unem realizarem na segunda-feira (10) o evento de lançamento do Projeto Setorial de Promoção das Exportações de Farelo de Milho DDG/DDGS 2023-2025. Os envolvidos no projeto não divulgaram projeções para exportações totais em 2023.
“Esta parceria é muito emblemática para um setor novo, que se organiza para uma agenda de promoção, fomento e comércio internacional que vai gerar valor a toda uma cadeia de negócios, desde a produção de grão, proteínas e floresta plantada até a geração de renda e arrecadação de impostos”, disse o presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, em nota.
O projeto faz parte da estratégia do Brasil de promover o etanol como alternativa energética, de agregar valor às exportações do agronegócio e aumentar a oferta de farelo de milho para produção de proteína animal.
No Brasil, a utilização deste farelo na indústria pecuária é relativamente recente, tendo começado em 2010.
“Os bons resultados, contudo, fizeram com que o produto fosse cada vez mais inserido na pecuária, adensando significativamente as cadeias produtivas”, disse a Unem.
Atualmente, o país possui 20 usinas de etanol de milho (sendo 11 flex, que processam milho e cana) em operação e outras 9 usinas com autorização para construção, com a maioia dos empreendimentos em Mato Grosso, maior produtor de grãos e oleaginosas do Brasil.
A produção de etanol de milho tem crescido mais fortemente no Brasil do que o de biocombustível de cana, com um salto esperado de mais de 40%, para 5,6 bilhões de litros, segundo dado da estatal Conab.