“Em junho, tivemos um mês muito forte de vendas, e em julho foi o maior mês de vendas da história da Kepler, mês muito forte, com combinação (da demanda) de agricultores e agroindústrias”, afirmou o diretor comercial da Kepler Weber, Bernardo Nogueira, sem detalhar números.
Segundo ele, o anúncio no final de junho de um “bom” Plano Safra, programa governamental de financiamento a agricultores, também favoreceu o desenvolvimento dos negócios.
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Os comentários foram feitos após a Kepler Weber ter divulgado na véspera um lucro líquido de 33,4 milhões de reais no segundo trimestre, 34,9% menor que no trimestre anterior, diante de um cenário econômico “desafiador” pela alta da taxa de juros e postergação de investimentos de grandes clientes para o segundo semestre de 2023.
Agora a Kepler Weber está mais otimista com o cenário para a temporada 2023/24, reiterou o diretor-presidente da companhia, Piero Abbondi.
“A partir de junho teve esse movimento de aceleração de vendas, o nível de propostas está bastante alto. É questão de avançar no fechamento. Vemos nos últimos mês e meio, dois meses, o interesse de produtor rural de fechar, porque começa a nova safra”, completou ele, considerando que a rentabilidade dos agricultores está relativamente boa, além de ter havido também uma melhora no Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), incluído no Plano Safra.
“Temos visão bastante otimista, nos próximos meses vamos ter mercado mais demandado, uma safra boa, e a tendência de longo prazo é esta, projeção de safra 23/24 é de 330 milhões… para mais dez anos devemos chegar perto de 500 milhões. Desafio bastante grande”, disse.
Segundo o executivo, o déficit de armazenagem de grãos do Brasil precisa ser diminuído pois traz “turbulência” para todo o agronegócio, uma vez que impede que o produtor segure seu produto para vender ao melhor preço, ao mesmo tempo em que acentua gargalos logísticos, quando a safra acaba sendo escoada de uma só vez.
Para Abbondi, o tema da armazenagem “com certeza estará nos próximos anos cada vez mais na mesa do produtor rural”, já que armazém deixou de ser um item “prioritário” para ser “crítico” na agricultura brasileira.