As lavouras do Estado, um dos maiores produtores de soja do Brasil, deverão produzir mais por hectare devido ao retorno do fenômeno climático El Niño, que costuma trazer precipitações mais abundantes para o Sul do Brasil.
- Inscreva sua empresa ou cooperativa no Forbes Agro100 utilizando este link
- Siga a ForbesAgro no Instagram
A área plantada com soja no Rio Grande do Sul em 2023/24 foi estimada em 6,7 milhões de hectares, aumento de 1,3% frente ao ciclo anterior.
“Teremos um El Niño de moderado a forte, ou talvez super forte… a coisa este ano vai ser melhor para o Rio Grande do Sul, com o El Niño vai melhorar a condição hídrica do Estado”, disse o meteorologista Flávio Varone, presente na divulgação dos números durante a feira agropecuária Expointer.
Ele lembrou que a recuperação na safra deverá ocorrer depois de o Rio Grande do Sul ter sofrido por três anos seguidos com a estiagem. “Tivemos três primaveras muito secas e dois verões quentes e secos. Olhando toda a história, nunca aconteceu isso”, pontuou, citando os efeitos da La Niña, que estava presente na safra passada.
A Emater estima que o Estado poderá produzir 6,06 milhões de toneladas de milho em 2023/24, aumento de 53,2% ante o ciclo anterior.
A empresa que presta serviços ao governo do Estado estimou a área plantada com milho no Rio Grande do Sul em 2023/24 em 817,5 mil hectares, queda de 0,7% ante o ciclo anterior, com base em levantamento que envolveu quase 100% dos municípios produtores.
Leia também:
- Comercialização de soja do Brasil avança a 75,6% da colheita 22/23, diz Safras
- El Niño favorece soja sul-americana, mas gera atenção mais ao norte do Brasil
Assim como na soja, a produção de milho também deverá ter forte recuperação em função da expectativa de avanço na produtividade média das lavouras.
Segundo o meteorologista, o Estado terá um setembro com chuvas acima da média na maioria dos municípios, enquanto outubro deverá ter precipitações dentro da normalidade. Em novembro, volta a chover em abundância, principalmente na fronteira oeste.
Se as chuvas deverão beneficiar a safra de verão, podem trazer prejuízos para a safra de inverno, uma vez que os trabalhos estarão sendo finalizados, o que pode atrasar o plantio de verão.
“Vai ter muita umidade na finalização da colheita de inverno. E possivelmente vai atrasar o plantio de verão, em função dessa chuva.”
Isso acontecerá com um aumento de 7,4% na área plantada, afirmou a Emater, para 902,4 mil hectares.