Com uma safra recorde, estimada nesta quarta-feira(6) pela estatal Conab em 131,9 milhões de toneladas, aumento anual de 16,6%, o Brasil tem aproveitado para exportar grandes volumes em um mercado internacional que lida com embarques mais fracos da Ucrânia.
A projeção para setembro, se confirmada, superaria o recorde anterior registrado no mês passado, de 9,26 milhões de toneladas, segundo dados da Anec, que apagou a melhor até então, vista em agosto de 2019 (7,67 milhões de toneladas).
“A China, que começou a importar o milho brasileiro recentemente, mostrou sua força e passou a ser o principal destino, com 20% do total, importando 4,85 milhões de toneladas…”, disse a Anec, referindo-se ao volume embarcado para o país asiático de janeiro a agosto.
O Japão, com 13% de fatia (3,15 milhões de toneladas), está como o segundo maior destino, afirmou a entidade.
Considerando a projeção de setembro e os embarques até agosto, as exportações no acumulado do ano estão projetadas em 34,3 milhões de toneladas de milho, versus 44,7 milhões em todo o ano passado. Projeta-se que os embarques em 2023 superem 50 milhões de toneladas.
Soja já supera 2022
Com os embarques de agosto, as exportações de soja do Brasil no acumulado do ano superaram 80 milhões de toneladas e já estão acima do número verificado em todo o ano passado (77,8 milhões), quando a safra foi atingida por uma seca.
A safra recorde do maior produtor e exportador global de 2022/23, de 154,6 milhões de toneladas, segundo a Conab, impulsionou os embarques, assim como a boa demanda.
Para setembro, a Anec estima exportações de 7,32 milhões de toneladas, mais que o dobro dos embarques de 3,58 milhões do mesmo mês do ano passado.
Os embarques dos três produtos, incluindo pequenos volumes de trigo, deverão superar 19 milhões de toneladas em setembro, ficando levemente acima do total histórico de agosto, o que mostra que a melhoria na logística brasileira, com novos canais ao norte do país, tem conseguido acomodar as movimentações maiores.