O texto encaminhado ao Congresso Nacional prevê que o teor máximo de etanol na gasolina possa subir de 27,5% para 30% –atualmente, o país mistura 27%.
Segundo Gussi, a indústria não teria problema em elevar a oferta de etanol anidro e já mostrou a sua capacidade de atender um eventual incremento da demanda no passado.
Uma maior produção de etanol poderia desviar parte da cana utilizada para a produção de açúcar, com eventuais impactos no mercado global, considerando que o Brasil atualmente é responsável por cerca de metade do comércio internacional do adoçante.
Mas Gussi destacou que o setor tem apostado em novas variedades de cana, mais produtivas. E citou que tem também havido um forte incremento da produção de etanol de milho, o que ajudaria a atender a uma mistura maior.
Gussi concordou que uma demanda firme de uma mistura maior de anidro na gasolina impulsionaria investimentos, mas disse que o setor ainda estima o volume de aportes que poderia ser gerado.
A iniciativa visa a descarbonização da matriz de transportes, com metas de redução das emissões de gases de efeito estufa do setor aéreo e estímulo ao uso e produção de biocombustíveis avançados.
Mas tem frente importante na elevação da mistura de anidro, condicionada à constatação de viabilidade técnica. O projeto também altera o percentual mínimo da adição do biocombustível, de 18% para 22%.
Segundo o representante da Unica, o projeto de lei também traz a ambição do governo de melhorar a qualidade da gasolina em termos de performance (pela maior octanagem do biocombustível) e sustentabilidade, já que o etanol é renovável.