O “clima extremamente seco em grande parte do Mediterrâneo” foi responsabilizado pela disparada dos preços do azeite – um aumento de 130% em relação ao ano passado – segundo o USDA (sigla em inglês para Departamento de Agricultura dos EUA), que aponta uma melhoria das condições de cultivo como o único fator capaz de derrubar a cotação nos próximos meses.
A região da Catalunha, na Espanha, declarou emergência de seca em 24 municípios em agosto, após 30 meses de pouca chuva. A estimativa acabou com os reservatórios de água, secou os olivais e levou a restrições do uso de água em todo o país, de acordo com a NASA (Agência Espacial dos EUA).
A Itália e a Grécia, que também cultivam uma parcela significativa das azeitonas do mundo, tiveram estações quentes e secas, com a Itália registrando temperaturas superiores a 40°C, enquanto a Grécia, onde as principais atrações turísticas foram fechadas devido ao calor, atingiram temperaturas igualmente altas.
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A Espanha produziu 50% menos azeite na sua temporada mais recente, informou a rede de notícias CNBC, e os preços foram ainda mais impactados pela decisão da Turquia de suspender as exportações de azeite a granel até pelo menos 1º de novembro, em uma medida determinada para garantir o abastecimento interno e aliviar a pressão sobre os preços.
Antes de agosto deste ano, o preço recorde anterior do azeite era de US$ 6,242 por tonelada em 1996, segundo o USDA.
O mercado global de azeite foi avaliado em US$ 14,2 bilhões (R$ 69,8 bilhões) em 2022 e deve crescer para US$ 18,4 bilhões (R$ 90,5 bilhões) até 2030, prevê a Fortune Business Insights. A Espanha fabrica quase metade do azeite mundial, seguida por produtores de Itália, Grécia, Portugal, Tunísia, Turquia e Marrocos.
Os gregos são os maiores consumidores de azeite per capita, de acordo com a Associação Norte-Americana de Azeite, seguida pela Espanha e Itália. Os gregos consomem anualmente cerca de 20 litros de azeite por pessoa, em comparação com cerca de 1 litro por americano.
No entanto, o tamanho dos Estados Unidos em relação a outras nações – apenas cerca de 10,6 milhões de pessoas vivem na Grécia, em comparação com 331 milhões nos EUA – faz do país um grande consumidor. De acordo com o USDA, as importações norte-americanas geralmente representam cerca de 30% do volume global, e espera-se que esse número aumente para entre 35% e 37% neste ano.
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O azeite não é a única commodity que teve aumentos de custos neste verão dos EUA, informou o “Business Insider”. Cacau, suco de laranja, trigo e soja aumentaram no período à medida que fortes chuvas e doenças impactaram o fornecimento de cacau da África Ocidental, uma doença nas plantações aquecidas prejudicou a colheita dos cítricos na Flórida e no Brasil e a Rússia desistiu do acordo que permitia a exportação de grãos da Ucrânia. Os preços da soja também dispararam depois que o USDA relatou plantações de soja muito inferiores ao esperado.
(tradução: ForbesAgro)