“Ao longo da semana, os trabalhos perderam fôlego em diversos Estados devido a dificuldades climáticas, especialmente as causadas por altas temperaturas e irregularidade das chuvas…”, disse a AgRural em relatório.
Essa condição já indica a necessidade de replantio de algumas áreas em Mato Grosso, em terras semeadas mais cedo, que sofreram com a falta de chuva.
Segundo ele, a preocupação é com a germinação da soja neste momento, uma vez que mesmo áreas replantadas ainda teriam tempo para se desenvolver, no caso de regularização das chuvas.
O atraso no plantio, portanto, não é uma indicação de problema para a produtividade da soja, mas gera preocupações para a segunda safra (de milho e algodão) – plantada após a colheita da oleaginosa.
Um eventual atraso na segunda safra poderia reduzir a janela climática ideal
Pelos dados atuais da consultoria, o ritmo do plantio da soja ainda está à frente da média histórica de cinco anos, quando 16,2% da área já estava semeada nesta época.
Já a semeadura de milho verão 2023/24 do centro-sul do Brasil atingiu 41% da área estimada até quinta-feira, ante 37% na semana precedente e 46% no mesmo período do ano passado, segundo dados da AgRural.
“No Sul, onde o plantio já está bem avançado, a alta umidade e a cigarrinha seguem no foco do produtor. Nos Estados do centro-sul de calendário mais tardio, a prioridade dada à soja limita o avanço inicial da semeadura do milho, como é tradicional nesta época do ano.”
Previsão climática mostra poucas chuvas
As áreas de soja no centro do Brasil, principal região produtora da oleaginosa do país, terão poucas chuvas nesta semana, potencialmente atrasando mais o plantio da cultura, segundo informações meteorológicas desta segunda-feira.
“Isso pode trazer surpresa negativa para o percentual de área plantada nesta semana, já que com a ausência de chuvas no Sudeste e Centro-Oeste, muitos produtores vão paralisar o plantio”, disse Santos.
Se o plantio de soja está abaixo do nível registrado no ano passado para esta época em Mato Grosso, no Paraná (segundo produtor de soja do país) os trabalhos estão acelerados, deixando o índice nacional ainda ligeiramente à frente da média histórica de cinco anos para esta época.
Informações do terminal da LSEG indicam um acumulado de apenas 2,5 milímetros de chuvas na região norte de Mato Grosso. No sudeste e nordeste do Estado, principal produtor de soja do Brasil, não há previsão de precipitação.
Ao sul do Brasil, as chuvas deverão ser mais volumosas, especialmente no Rio Grande do Sul, onde as precipitações poderão superar 90 milímetros em algumas áreas, no acumulado da semana.
No Paraná e Mato Grosso do Sul, as chuvas devem também se concentrar mais ao sul desses Estados, segundo dados da LSEG.
As chuvas ainda seguirão escassas esta semana na região Norte do país, onde as hidrovias amazônicas estão sofrendo com os baixos níveis dos rios, afetando o escoamento da produção, segundo dados meteorológicos.
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“A partir das chuvas da semana que vem, o regime de chuvas estará consolidado para regiões centrais do Brasil, com exceção do Mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia).”