“A cada oito anos, dobramos o tamanho da empresa", diz presidente da Amaggi

22 de janeiro de 2024
Divulgação

Judiney Carvalho de Souza, presidente da Amaggi, um dos maiores grupos do agro

A Amaggi, um dos maiores grupos do agro brasileiro, em 400 mil hectares das lavouras de suas fazendas, colhe 1,4 milhão de toneladas de soja, algodão e um pouco de milho, que são processadas ou vendidas em bruto. No negócio, controlado por cinco famílias herdeiras do fundador André Maggi, que criou a empresa em 1977, ainda entram outras 15 milhões de toneladas de soja de cerca de 5 mil produtores brasileiros e 7 milhões de toneladas de produtores da Argentina, do Canadá, dos Estados Unidos e do Paraguai. Esse é o retrato de uma das empresas que ocupa lugar de destaque entre as grandes do agro. A Amaggi faz parte do lista Forbes Agro100 2023.

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“Não gostamos de ser chamados de uma empresa de commodities; somos uma empresa de originação”, diz Judiney Carvalho de Souza, 51 anos, presidente-executivo da Amaggi. Em 2022, a André Maggi Participações, a Amaggi, faturou R$ 47,37 bilhões, valor 24% acima do registrado em 2021.

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Com uma forte presença no esmagamento de soja, logística de exportação terrestre e portuária, energia, serviços financeiros e de corretora, a Amaggi tem mantido um Capex (despesa de capital para investimentos) de R$ 2 bilhões (US$ 400 milhões) por ano. “Nos últimos 10 anos, investimos R$ 20 bilhões”, diz Souza. “Desde que a Amaggi nasceu, a cada oito anos, dobramos o tamanho da empresa.”

De acordo com o executivo, essa constância nos resultados vem da construção e da execução de um plano estratégico revisto a cada três anos. “Hoje, temos 100% do que ocorre na Amaggi mapeado e acompanhado”, afirma. “E vamos continuar crescendo junto com nossos parceiros.”

Na área da produção, ele elenca uma série de tarefas que ecoam por toda a cadeia de fabricação de alimentos e que sustenta os demais negócios, como investir na agricultura regenerativa; criar um ambiente de maior segurança de preços para a soja não transgênica (a empresa é uma grande processadora desse grão na Europa); apostar em energia limpa, como a solar; aumentar a eficiência das exportações brasileiras pelos portos do norte do país; valorizar as matas intocadas (a Amaggi tem em suas propriedades 135 mil hectares de áreas nativas); aumentar, entre os produtores parceiros, as certificações; e acelerar a adoção de tecnologias trazidas pela conectividade que avança no campo.

Entretanto, desses desafios, o que Souza mais considera é a hercúlea tarefa de cuidar da formação de colaboradores para os trabalhos no meio rural. Entre campo e cidade, a Amaggi emprega 8.600 funcionários. “Não tem sentido você colocar uma máquina que pode custar R$ 8 milhões nas mãos de uma pessoa que não sabe guiar uma moto”, afirma ele. “Isso é um modo de dizer que é preciso investir na educação, porque ela muda a pessoa e muda o seu comportamento, a sua cultura”. Não foi por acaso a criação da Universidade Amaggi, uma plataforma para a formação continuada que reúne 14 escolas.