“Ainda me lembro de visitar Petaluma Gap e ficar no topo de uma colina”, diz Tonya Pitts, sommelier e diretora de vinhos do One Market Restaurant, em São Francisco. “O vento era tão forte que literalmente chicoteava as videiras de um lado para o outro.”
-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
No entanto, é esse vento, combinado com a névoa refrescante, que faz de Petaluma Gap um dos melhores lugares para cultivar uvas chardonnay, pinot noir e syrah de clima frio. Isso ocorre porque o vento faz com que as cascas das uvas engrossem, resultando em sabores de frutas mais concentrados, taninos e camadas de textura nos vinhos. Ao mesmo tempo, o clima mais frio e a neblina mantêm a acidez brilhante e o frescor da bebida.
Nós entrevistamos seis sommeliers para saber suas opiniões sobre os vinhos de Petaluma Gap e as dicas de combinações gastronômicas. Os seis sommeliers consultados têm experiência em degustar vinhos da Petaluma Gap visitando a região ou recebendo amostras dos produtores em casa. São eles:
- Eumi Lee, sommelier do Loxahatchee Club em Júpiter, Flórida
- Chris Sawyer, educador de vinhos e ex-sommelier particular da Getty Mansion, na Califórnia
- Andrea Morris, diretora de bebidas e sommelier do Essential by Christophe, em Nova Iorque, NY
- Tonya Pitts, diretora de vinhos e sommelier do One Market Restaurant, em São Francisco, Califórnia
- Devon Jesse, assistente do diretor de vinhos e sommelier da Wrigley Mansion, em Phoenix, Arizona
- David Glancy, mestre sommelier e fundador da San Francisco Wine School, na Califórnia
Pinot Noir e suas combinações com alimentos
Como a pinot noir é provavelmente a uva mais famosa cultivada em Petaluma Gap, todos os seis sommeliers forneceram suas impressões sobre o vinho produzido com essa fruta, juntamente com as suas combinações gastronômicas.
Leia também:
- De Nova York à Califórnia, produtor ganha fama com vinhos biodinâmicos
- 6 tendências para o mundo dos vinhos que impactam o clima e o gosto do consumidor
- Los Alamos, na Califórnia, é uma joia escondida para amantes de vinho
Eumi Lee, da Flórida, concorda. “Os pinots não são tímidos. Eles têm a masculinidade de um pommard, mas ainda assim mostram elegância. Tem boa acidez, frutas silvestres frescas e especiarias. Eu o acompanharia com sushi de uni, que é como um melão fresco em sua boca. Acho que as pessoas deveriam parar de evitar as combinações de frutos do mar e tintos.”
Tonya Pitts, de São Francisco, junta-se ao grupo de harmonização de frutos do mar. “Essa região oferece o vinho equilibrado por excelência, com frutas, acidez, mineralidade e camadas de complexidade. Minha combinação favorita seria sardinhas recheadas assadas com tomate, abobrinha, azeitona verde e salsa.” Ela observa que, além do pinot noir, isso também poderia funcionar com o chardonnay e o rosé do Petaluma Gap.
Devon Jesse, do Arizona, afirma: “Os pinot noirs têm uma maravilhosa estrutura de taninos elevados e o poder de torná-los excelentes para acompanhar a comida”. Do menu da Wrigley Mansion, ela sugere “nosso peito de pato envelhecido a seco por 14 dias com tamale de huitlacoche, amora em conserva e molho de mel. O sabor frutado do vinho faria com que as amoras se destacassem, e o tanino elevado seria suavizado pelo rico molho de mel”.
Chris Sawyer, morador de Petaluma, concorda com o peito de pato. “Aves são a assinatura de Petaluma. Eu sugeriria uma harmonização com o pato Liberty da própria Petaluma, assado com um au jus de romã.”
Chardonnay e syrah de Petaluma Gap
Duas outras variedades de uvas famosas que prosperam em Petaluma Gap são a chardonnay e a syrah de clima frio. Devon Jesse e Eumi Lee comentaram sobre a distinção dessas duas variedades na região.
“Os chardonnay são muito cremosos, mas não de uma forma ofensiva. Eles têm um cheiro maduro no nariz, mas no paladar são mais parecidos com Chablis”, afirmou Eumi Lee. “Os syrahs são sensuais, com um toque de acidez que seduz. Eles apresentam um bom equilíbrio entre potência e elegância. Há um toque de hortelã, endro e erva-doce nos vinhos.”
As combinações gastronômicas para os chardonnays Petaluma Gap incluem:
- Vieiras grelhadas na frigideira, risoto com cogumelos selvagens e limão e sopas sazonais (Chris Sawyer).
- Pratos de peixe mais ricos, como salmão grelhado ou até mesmo uma costeleta de porco com maçãs (Andrea Morris)
- Truta Steelhead envelhecida por cinco dias com beurre cancalaise, favas e gel de yuzu (Devon Jesse)
*Liz Thach é colaboradora da Forbes EUA, professora, escritora e consultora de vinhos baseada em Napa e Sonoma, Califórnia. Ela também é presidente do Wine Market Council, empresa sem fins lucrativos que fornece pesquisas sobre hábitos e tendências de compra dos consumidores de vinho nos EUA. (Tradução: ForbesAgro)