-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Preços em queda e produção recorde fazem parte desse contexto no momento, mas levam ao desânimo e a necessidade de liquidação para fazer caixa por parte do produtor. Isso significa que, em se mantendo essa situação para a categoria, haverá de faltar oferta para abastecer tanto o mercado interno, quanto externo nos próximos anos.
Leia também:
- Entenda o impacto do El Niño na pecuária
- Rebanho bovino no Brasil é de mais de uma cabeça por habitante
- Mercado da carne bovina: PIB da China não vai crescer tanto, e agora?
O que trazemos agora é um panorama da concorrência. Os Estados Unidos, a Argentina e a Austrália, juntos, são mercados responsáveis por 48% da produção e por 55% da exportação globais. Enquanto o Brasil vive a derrocada dos preços pecuários, nos Estados Unidos o ambiente é totalmente diferente. A virada de ciclo para alta está acontecendo e apontando para uma forte retenção de fêmeas, à frente, após a famosa liquidação ter acontecido por lá também.
Para ter uma ideia, os Estados Unidos devem terminar o ano de 2023 com um rebanho de 87 milhões de cabeças – número ainda a se confirmar nas próximas semanas – e esse será o menor rebanho de bovinos da história dos norte-americanos, se confirmar de fato.
Já a Austrália sai um pouquinho dessa linha. Em um ciclo parecido com o do brasileiro, enfrenta um aumento de rebanho, e na oferta também de animais e, consequentemente, uma forte redução nos preços pecuários, atualmente.
Como reflexo desse aumento de rebanho, principalmente de matrizes, podemos ver a forte desvalorização que esse gado jovem está apresentando. O bezerro, principalmente. E esse desestímulo poderá jogar a próxima fase de alta de preço da Austrália para 2026, logo na sequência dos demais players que citei aqui agora. Todo esse contexto coloca uma grande pressão de redução sobre a oferta de carne bovina no biênio 2025 e 2026, sugerindo que juntos – Brasil Estados Unidos e Argentina, e em parte a Austrália – deverão estar alinhados e compartilhar temporalmente, pela primeira vez na história, as suas fases de alta de ciclo.