Pistache atinge marca de US$ 8,8 milhões em importações no Brasil em 2023

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25 de janeiro de 2024
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O cenário tornou a crescer em 2022, quando o pistache começou a aparecer como protagonista de inúmeras receitas

Nos últimos anos, o pistache conquistou o gosto dos brasileiros e se tornou um dos ingredientes mais requisitados no universo culinário, especialmente em doces e sobremesas. Como resultado desse fenômeno, as importações desta oleaginosa, típica da região mediterrânea, presenciaram um aumento significativo para suprir a procura, atingindo o total de US$ 8,8 milhões, equivalentes a 608 toneladas. É o que revela um estudo realizado pela Vixtra, fintech de comércio exterior, com base em dados disponibilizados pela Secretaria de Comércio Exterior.

O período analisado compreende as últimas duas décadas, a partir de 2003, quando as importações do pistache ainda apresentavam um tímido montante de US$ 0,4 milhões no Brasil. Entretanto, em 2013, os números expressaram um pico significativo, atingindo US$ 7,3 milhões. Depois disso, os anos seguintes apresentaram queda, despencando para US$ 2,8 milhões até 2021.

O cenário tornou a crescer em 2022, quando o pistache começou a aparecer como protagonista de inúmeras receitas, despertando a curiosidade dos brasileiros e resultando no total US$ 4,5 milhões em importações. Já em 2023, a oleaginosa vivenciou seu auge no país, quando filas foram feitas para provar o novo sabor em uma sorveteria, com um impressionante crescimento de 97% em relação ao ano anterior, decorrente dos US$ 8,8 milhões no total das importações.

“É importante destacar que o Brasil não cultiva esse produto em escala comercial devido a fatores como condições climáticas, o que explica a necessidade de importação para atender à demanda crescente”, diz Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra.

O levantamento aponta a origem dos três principais países exportadores do pistache para o Brasil: os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar, com 77,7% (US$ 6,8 milhões) das exportações, seguido pela Argentina com 18,2% (US$ 1,6 milhões) e Irã com 4,1% (US$ 0,4 milhões).

“Os Estados Unidos são um dos principais exportadores de pistache por conta da extensa área cultivada na Califórnia, especialmente no Vale Central, onde o clima similar ao território mediterrâneo oferece as condições ideais para o crescimento da castanha. A Argentina também se destaca devido ao solo e clima adequados em regiões como San Juan, além de estar mais próxima do Brasil, diminuindo os custos de transporte. O Irã, por sua vez, é reconhecido como um dos maiores produtores e exportadores de pistache do mundo devido à longa tradição na cultura e cultivo desse produto”, analisa.

“Para 2024, as expectativas em relação ao mercado de pistache no Brasil são de continuidade no aumento das importações, impulsionado por datas comemorativas como a Páscoa, trazendo os clássicos ovos de chocolate recheados com a iguaria. Diante desse cenário, é esperado um esforço contínuo para encontrar fontes confiáveis de fornecedores globais, visando garantir um abastecimento consistente”, conclui Baltieri.