“Sempre teremos grandes desafios, mas também boas oportunidades”, diz presidente da Cooxupé

2 de fevereiro de 2024

Café tem bienalidade, mas Brasil continua crescendo nas exportações

Divulgação

Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, diz mercado está aberto

A mineira Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), com sede no município de Guaxupé, encerrou 2022 com um recorde na sua receita, passando para a casa de R$ 10 bilhões pela primeira vez em sua história. O valor foi 50,7% superior ao registrado em 2021.

Repetir esse feito em 2023 (receita que deve ser anunciada até abril de 2024), para uma cultura como o café, de bienalidade e efeitos climáticos exacerbados, como ocorreu em 2022, é uma tarefa quase hercúlea, mesmo para uma cooperativa que está entre as maiores exportadoras globais do grão.

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“Sempre teremos grandes desafios, mas também boas oportunidades. O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, e estamos aqui para produzi-lo”, diz Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé. A cooperativa foi destaque na edição de outubro da Revista Forbes, que trouxe o Forbes Agro100 2023 e que pode ser conferido neste link.

O que Melo fala traduz a resiliência e as potencialidades que trouxeram a cooperativa até aqui. Com 19 mil cooperados, ela está presente em cerca de 300 municípios do sul de Minas, Cerrado mineiro, Matas de Minas e Vale do Rio Pardo (SP). São 48 unidades de negócio, estrutura que recebe anualmente cerca de 5 milhões de sacas de café. Isso significa quase 10% do montante produzido no Brasil, de aproximadamente 50,3 milhões de sacas atualmente.

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Melo destaca que é para esse cenário que os cooperados olham ao cumprir seus compromissos de entrega do grão, o que abre a possibilidade de bons desempenhos, mesmo que eles fiquem em um patamar mais baixo que o de 2022. “Claro que o mercado é soberano, mas, diante de um cenário positivo, os produtores poderão aproveitar”, afirma Melo.

Em 2022, a Cooxupé exportou 6,8 milhões de sacas de café. Os principais destinos foram a Europa, com destaque para países como Alemanha e Suíça, mais os Estados Unidos. Há também um olhar especial para a Ásia. “O Japão já é um mercado consolidado para o Brasil, é um dos cinco maiores importadores do nosso café, e agora estamos trabalhando bastante também com a China e a Coreia do Sul”, diz ele. Nesses dois países, o crescimento do consumo da bebida vem dos mais jovens.

Para avançar sobre novos territórios no mercado global de consumo de café, é preciso atender às exigências internacionais por qualidade, segurança do alimento, sustentabilidade e rastreabilidade. E mais: para agregar valor ao grão, o processo começa na lavoura.

Essa é uma agenda que está na ordem do dia na Cooxupé. “Temos de levar formação cultural e tecnologias inovadoras aos nossos cooperados, para que se adequem a essas necessidades”, afirma o dirigente. Ele reforça que a sigla ESG aparece com cada vez mais frequência nas conversas da cooperativa, assim como as expressões “crédito de carbono” e “agricultura regenerativa”.