USDA reduz safra de soja do Brasil e EUA volta ao topo na exportação de milho

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8 de fevereiro de 2024

A soja teve sua previsão de área reduzida pelo Deral para pouco mais de 5,7 milhões de hectares

Campo de soja - Foto: Gettyimages

O órgão dos EUA ainda colocou a safra acima a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu sua previsão para a safra de soja no Brasil 2023/24 nesta quinta-feira (8), no mais recente corte após um clima quente e seco em partes do país.

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O USDA estimou a produção brasileira de soja em 156 milhões toneladas em um relatório mensal, apenas um pouco abaixo das 157 milhões de toneladas da previsão de janeiro.

O órgão dos EUA ainda colocou a safra acima a projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que nesta quinta reduziu projeção da produção brasileira para 149,4 milhões de toneladas, contra 155,27 milhões de toneladas previstas em janeiro.

Os analistas esperavam em média 153,15 milhões de toneladas para a projeção do USDA, de acordo com uma pesquisa da Reuters.

O USDA provavelmente reduzirá ainda mais sua estimativa para a soja brasileira em março, disse Craig Turner, consultor sênior de gestão de risco da StoneX.

O USDA ainda elevou a projeção de safra velha de soja (2022/23) do Brasil para um recorde de 162 milhões de toneladas, ante 160 milhões na previsão do mês passado.

Em meio a uma maior oferta da safra passada, a exportação de soja brasileira em 2023/24 foi estimada ainda em históricas 100 milhões de toneladas, leve alta contra as 99,50 milhões de toneladas da previsão do mês anterior e ante 95,51 milhões do ciclo passado.

O Brasil, maior produtor e exportador de soja, compete com os Estados Unidos pelas vendas globais.

O país, que também disputa com os EUA a posição de maior exportador global de milho, perdeu o lugar de líder após uma queda na safra do cereal, conforme números do USDA atualizados nesta quinta-feira.

O USDA agora projeta que o Brasil exportará 52 milhões de toneladas de milho em 2023/24, versus 54 milhões de toneladas na previsão de janeiro.

Já os EUA deverão exportar 53,34 milhões de toneladas, segundo o USDA, que não alterou a projeção divulgada em janeiro.

Na temporada anterior, o Brasil já havia sido o maior exportador de milho, com 56 milhões de toneladas, segundo o USDA, versus 42,2 milhões para os norte-americanos.

Os EUA, contudo, produzem muito mais milho que o Brasil, com safra estimada em recorde de 389,69 milhões de toneladas em 2023/24.

Já a estimativa de safra de milho brasileiro no mesmo período foi vista em 124 milhões de toneladas, contra 127 milhões de toneladas na previsão anterior. Na temporada passada, o Brasil produziu um recorde de 137 milhões de toneladas do cereal.

Apesar das estimativas menores para a safra do Brasil, os futuros do milho e da soja nos EUA pouco mudaram depois de caírem esta semana para mínimas de três anos, uma vez que as ofertas globais de grãos estão se tornando mais confortáveis após o aperto devido à guerra na Ucrânia e ao clima global desfavorável para as colheitas.

Uma colheita recorde de milho nos EUA e as fracas exportações dos EUA contribuíram para o aumento dos estoques.

O USDA estimou os estoques finais de soja dos EUA para 2023/24 em 315 milhões de bushels, acima dos 280 milhões de janeiro e acima das estimativas dos analistas de 284 milhões.

“Para a soja, estamos passando de um mercado com oferta restrita para um mercado adequado”, disse Turner.