-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
“As taxas de financiamento, tempo e liberação representam 60% da tomada de decisão do produtor na compra de máquinas”, disse Márcio de Lima Leite, em coletiva de imprensa realizada na sede da entidade, na capital paulista, nesta terça-feira (28). “Contribuiu, também, o clima adverso e queda dos preços das commodities, mas em menor grau”. Outro fator para o cenário de queda é a expectativa de uma redução da taxa Selic que vem sendo sinalizada pelo Banco Central e cobrada pelo governo federal. “Por isso, o produtor também vai empurrando a decisão de compra.”
Leia também:
- AGCO, CNH e John Deere: o que querem os Big Guys da automação agrícola em 2024
- Por que gigantes do agro, como a Case IH, estão reforçando seus marketplaces
- Em vez de Ferraris, elas pilotam fantásticas máquinas agrícolas
Paraguai acorda para as exportações
As exportações do setor em 2023 também vieram abaixo. Foram embarcadas 8.759 máquinas no ano, ante 10.661 em 2022, uma queda de 17,8%. A projeção da Anfavea é de uma nova queda em 2024, da ordem de 3%. A estimativa é embarcar 8.500 unidades
Mas não foi somente a queda que chamou a atenção do mercado em 2023. Houve uma dança de cadeiras importante e poucas vezes vista na história desta indústria. A Argentina, que sempre foi uma fiel cliente, despencou do primeiro lugar para o sexto. No ano passado, o país comprou o equivalente a US$ 34 milhões (R$ 168,9 milhões na cotação atual), ante US$ 132 milhões (R$ 655,7 milhões) em 2019, um ano considerado bom para o setor.
O lugar de melhor cliente do Brasil foi ocupado pelo Paraguai no ano passado, com compras no valor de US$ 195 milhões, equivalentes a 30% das exportações. Foi seguido pelo EUA com US$ 95 milhões unidades (15%), Bolívia com US$ 55 milhões (9%), Uruguai com US$ 53 milhões (53%) e US$ 51 milhões com África do Sul (8%). As compras argentinas representaram 5%, um país de economia combalida e que também atravessou uma seca severa. Para a Anfavea, o cultivo de grãos vem crescendo no Paraguai, que é uma continuação do Brasil em termos de condições de solo e clima, além da presença de muitos produtores locais no país vizinho.