Produção de couro responsável reúne a marca Ornare, a ONG CSV e a JBS

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19 de março de 2024
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Couro responsável reúne ONG e iniciativa privada para a produção de peças

A Leather Labs, da JBS Couros, anunciou nesta terça-feira (19) que fechou uma parceria com a Ornare, marca internacional de mobiliário de alto padrão, e com a ONG CSV (Comitê de Solidariedade pela Vida). A Leather Labs é uma plataforma de comércio de peças couros produzidas com foco no menor impacto ambiental por meio da reutilização de materiais.

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O objetivo da parceria é criar um ciclo de geração de renda para comunidades em situação de vulnerabilidade social, que trabalham na produção das peças, e para a própria ONG, que assiste 2 mil famílias, em Itapevi (SP). No ano de 2023, mais de 2 toneladas de materiais foram doadas, com as quais foram produzidos mais de 11 mil brindes em couro e 2 mil em tecido. “Nosso foco está em ressignificar os nossos resíduos por meio da criação de caminhos circulares”, afirma Kim Sena, diretor da Leather Labs.

O Brasil tem o maior rebanho bovino do mundo e, em 2021, a produção de couro bovino alcançou a marca de R$ 10,9 bilhões. Destaca-se, ainda, que o valor total (todos os tipos de peles) chegou a R$ 11,6 bilhões naquele ano.

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Com a doação de peles por meio da parceria, que seriam resíduos da cadeia do couro, e também de aparas de tecidos e materiais nobres da produção de móveis, a CSV fabrica produtos e acessórios, como bolsas e carteiras, que são adquiridos pela Ornare, que tem entre seus projetos o Parque Global – Benx, em São Paulo, o One West End, em Nova York e o Grove at Grant Bay, em Miami. “Essa parceria representa não apenas um compromisso com a sustentabilidade”, diz Esther Schattan, sócia-fundadora da Ornare. “Mas também uma expressão tangível de nosso propósito social, ressignificando materiais e estimulando a responsabilidade social.”

A Ornare faz gestão de resíduos e promove a economia circular em sua cadeia produtiva. Foi a primeira marca do segmento a possuir o selo de reflorestamento do FSC (Forest Stewardship Council), validando suas práticas desde 2007. Ela também foi uma das pioneiras na certificação CARB (California Air Resources Board), para conformidade de diretrizes ambientais, particularmente em relação à emissão de formaldeído por painéis de madeira. “Além de oferecermos produtos atemporais e duráveis ao mercado internacional de decoração, nossa matéria-prima é inteligente e parte de uma cadeia produtiva completa e sustentável”, diz Schattan.

A economia circular – modelo que tem como pilares a redução, reutilização e reciclagem de materiais e energia, e também a logística reversa – vem ganhando cada vez mais adeptos no país. De acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), o Brasil é um dos países que mais gera resíduos sólidos no mundo, cerca de 80 milhões de toneladas a cada ano, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.

Além disso, a plataforma Leather Labs também realiza a compensação ambiental das embalagens pós-consumo. Por meio de parceria firmada em 2021 com o selo Eureciclo, uma das maiores certificadoras de logística reversa do Brasil, a empresa passou a compensar o dobro de resíduos gerados por suas embalagens, em peso e material. “Além de todos os esforços para desenvolver um couro com o menor impacto ambiental possível, queremos avançar na economia circular de forma prática”, diz Sena. As unidades produtivas da empresa têm suas práticas ambientais certificadas pelo LWG (Leather Working Group), e lançou em 2019 a Leather ID, plataforma de transparência para a rastreabilidade da produção de couro.

De acordo com um estudo da ISWA ( Associação Internacional de Resíduos Sólidos, na sigla em inglês) estima-se que a adoção de sistemas adequados de destinação de resíduos apresenta um potencial de mitigação de emissões de GEEs (gases de efeito estufa) de 5% a 10% do total no planeta. A redução da geração de resíduos, juntamente com a reciclagem e a recuperação de energia podem contribuir com uma redução adicional de 5% a 10%, o que leva a um potencial total de mitigação de cerca de 20% das emissões globais de GEE.