Japão será primeiro a investir em conversão de pasto no Brasil

Apresentado por
21 de maio de 2024
V.Ondei

Gado em área de ILP (integração lavoura-pecuária)

Nesta segunda-feira (20), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou de reunião com o embaixador japonês, Teiji Hayashi, e com a vice-presidente da Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão, na sigla em inglês), Sachiko Imoto, na Embaixada do Japão no Brasil. Na ocasião, foram debatidos os avanços do PNCPD (Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis).

Por meio da Jica, o Japão será o primeiro país a contribuir com o PNCPD, um dos principais projetos do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).“Estamos num momento importante. Com a Jica, vamos trabalhar juntos para avançar na recuperação de áreas degradas. É um plano sustentável, que garante segurança alimentar, respeitando as premissas do meio ambiente. O Brasil tem muito orgulho dessa parceria”, destacou Fávaro.

O acordo bilateral foi assinado durante a visita do primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, ao Palácio do Planalto, em Brasília, no início de maio. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o potencial da parceria. “Aos empresários japoneses que querem fazer investimentos no Brasil, somos um país que oferece todas as possibilidades na construção entre empresários brasileiros e empresários japoneses”, enfatizou.

A pretensão do programa é a recuperação e conversão, em dez anos, de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis. Com isso, pode-se praticamente dobrar a área de produção de alimentos no Brasil, sem desmatamento e evitando a expansão sobre áreas de vegetação nativa.

A parceria

A cooperação com a Jica terá duas frentes: cooperação financeira, que será destinada a produtores agrícolas para realizar a conversão de pastagens degradadas; e cooperação técnica, que definirá as regiões e propriedades das ações para o desenvolvimento do programa.

Os investimentos serão definidos pela agência com taxas de juros fixadas entre 1,7% e 2,4% em ienes, com prazo para pagamento de 15 a 40 anos e carência entre 5 e 10 anos. Ainda serão realizadas discussões sobre a modelagem financeira e início do relatório, que deve ter anúncio oficial durante a cúpula do G20, em novembro.