No ano passado, a Rumo transportou cerca de 49 milhões de toneladas, com expectativa de crescer 10% ao ano até 2025. Os principais produtos foram a soja em grão e farelo, milho, açúcar, fertilizantes e etanol.
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“A nossa competição é com os outros grandes corredores logísticos do mundo. Temos que garantir mais eficiência do que tem os corredores americano, argentino, entre outros”, disse ele. O executivo falou sobre investimentos no Centro-Oeste, infraestrutura e como a empresa vem gerenciando as demandas do setor:
Expansão dos trilhos do Terminal Rondonópolis
Sobre o terminal de Rondonópolis ligando o complexo a Cuiabá, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, um trecho de 730 km, Palma disse que a obra é fato consumado. A estrada é uma ferrovia estadual, em parceria com o governo de Mato Grosso.
“Estamos a todo vapor no primeiro trecho. Agora, em junho e julho, chegaremos a quase 5 mil pessoas trabalhando nos primeiros 200 km. Nesse trecho, o investimento é de R$ 4 bilhões para que seja executado dentro do prazo combinado para a primeira operação, que é 2026. Esse é o compromisso com o Governo do Estado, com os produtores que estão nessa região e com todo o mercado”, afirmou. Os investimentos totais podem chegar a R$ 15 bilhões.
Apesar de Mato Grosso responder por cerca de 30% da produção nacional de grãos, possui pouco mais de 350 366 km de ferrovias. Isso significa apenas 1,16% da malha transportes.
Capacidade de cargas sobre os trilhos
Mas o trabalho de crescimento não é só da expansão de capacidade por novos trilhos. A empresa também vem apostando na capacidade de operação dos trens. “Em Rondonópolis, ela foi de 12,5 milhões de toneladas para praticamente 25 milhões de toneladas”, afirma o executivo. “Os trens, que eram composições de 80 vagões, estão operando com até 120 vagões homologados.”
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No ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), financiou parte do projeto no valor de R$ 686 milhões. Batizado de Positive Train Control 2.0 (PTC 2.0), o sistema é capaz de determinar com precisão a localização, direção e velocidade dos trens ao longo de toda a malha. “No lado prático, isso vai fazer com que cada trem se comunique entre si e não somente junto ao sistema de controle. Isso vai permitir que se reduza a distância mínima entre cada um dos trens”, diz Palma, o que leva a maior tráfego de cargas.
Etanol nos trilhos
O crescimento da produção de etanol em Mato Grosso levou o estado a ocupar na safra 2023/24, o segundo lugar para o combustível de cana-de-açúcar e milho, ficando atrás apenas de São Paulo. Para o grão, o estado já é o maior produtor nacional.
Na safra encerrada, a produção total de etanol no estado foi de 5,72 bilhões de litros, um recorde e crescimento de 32% ante a safra anterior. O produto interessa à Rumo tanto quanto os grãos.
No trecho Mato Grosso-São Paulo, em volume, cerca de 30% dos vagões continham biodiesel, com alguma carga no retorno. “Com o aumento da produção do etanol à base de milho, hoje esse processo já se inverteu”, afirma. “Até subimos com vagões vazios, porque há demanda para descer etanol para o complexo de Paulínia (SP)”.
Na distribuição do biocombustível, a partir desse complexo, são servidos os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, na proporção de 25% da demanda. “Quando assumimos a ferrovia, nós não tínhamos essa perspectiva do etanol de milho. Foi a partir da criação de sistemas, infraestrutura e da própria demanda do mercado que passamos a adaptar o nosso sistema para fazer a captura desse processo”, disse Palma.