
A Frigol, um dos principais processadores de carne bovina do país, encerrou o ano de 2024 com expressivo em seus principais indicadores operacionais e financeiros, mesmo diante da alta no preço da arroba e de um ambiente de mercado mais pressionado. O anúncio foi feito na tarde desta segunda (31). “Mesmo em um ano de alta da arroba bovina, especialmente a partir do segundo semestre, e cenário de preços mais desafiador, mantivemos o crescimento dos resultados”, afirma Luciano Pascon, CEO da Frigol.
A receita bruta da companhia foi de R$ 3,7 bilhões, um aumento de 12% em relação a 2023. A receita líquida foi de R$ 3,5 bilhões, com alta de 13%. O EBITDA totalizou R$ 179 milhões, 22% acima do resultado do ano anterior, com margem de 5,1%. O lucro líquido somou R$ 219 milhões, um salto de 300% sobre 2023, impulsionado por um efeito fiscal positivo de R$ 141 milhões, relacionado a imposto diferido decorrente de decisão judicial transitada em julgado.
O ano foi encerrado com caixa de R$ 360 milhões, montante semelhante ao registrado no final de 2023. A alavancagem ficou em 1,2 vez a relação Dívida Líquida/EBITDA — considerada saudável para o setor. No ano passado, a Frigol fez parte do Forbes Agro100, ranking das maiores empresas do setor com balanço publicado no país.
Além dos avanços financeiros, a Frigol registrou o maior volume de abates da sua história: foram 665 mil bovinos processados ao longo de 2024, um crescimento de 16% na comparação anual. A empresa foi fundada em 1992 pela família Gonzaga Oliveira e atualmente possui três unidades industriais nos estados de São Paulo e Pará.
No volume de abates, 2024 foi o terceiro ano consecutivo em que a companhia registrou aumento superior a 10% na produção. O desempenho operacional é reflexo da estratégia de ampliação da capacidade produtiva unidades industriais localizadas em Lençóis Paulista (SP), Água Azul do Norte e São Félix do Xingu (ambas no Pará).
Exportações diversificadas e mais mercado doméstico
As exportações representaram 52% da receita bruta da companhia. Embora a China ainda seja o principal destino, a dependência do país asiático diminuiu: em 2023, 86% das exportações iam para lá; em 2024, essa fatia caiu para 78%, como resultado da política de diversificação de mercados adotada pela Frigol.
Israel consolidou-se como segundo maior comprador da companhia, com aumento de 61% nas vendas e participação de 10% nas exportações, ante 7% no ano anterior. Hong Kong manteve cerca de 2% de participação nas receitas externas.
O destaque, no entanto, foi o avanço de 111% na participação dos demais mercados — além de China, Israel e Hong Kong — que passaram a representar 10% do total exportado, contra 4% em 2023. Em 2024, a Frigol iniciou embarques para três novos destinos: Canadá, Filipinas e Argélia.
No mercado doméstico, a Frigol apostou em linhas de maior valor agregado. O volume comercializado das marcas especiais cresceu 14%, puxado pelas linhas FriGol Chef, FriGol Angus e BBQ Secrets. O projeto Açougue Completo também avançou, com a abertura de 10 novas lojas dentro de supermercados parceiros. Ao final de 2024, o programa contava com 55 unidades em operação.
Outro momento que a companhia destaca para 2024 é a conquista, pela primeira vez em outubro, de um rating de crédito A- da agência Moody’s. No mesmo mês, a Frigol realizou sua primeira emissão de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) com rating, captando R$ 160 milhões em operação coordenada pelos bancos Bradesco e Safra. “Esse trabalho contínuo de liability management resultou no alongamento do prazo médio da dívida, com cerca de 75% dos compromissos financeiros no longo prazo”, explica Eduardo Masson, CFO da Frigol.