Startup transforma gás natural em fertilizante com processos sustentáveis

9 de outubro de 2020
Reprodução/Forbes

Engenheiro de formação, Hanson fundou a empresa em 2012 junto com Pete Johnson, que conheceu enquanto trabalhavam na empresa de energia AREVA

Em todo o mundo, a agricultura depende da produção de amônia para criar fertilizantes. Apesar destes fertilizantes permitirem que bilhões de pessoas sejam alimentadas, eles são um fator relevante para as mudanças climáticas –quase 1% do total das emissões globais de gases do efeito estufa vem da produção de fertilizantes.

É aí que entra a startup Monolith Materials. A empresa tem um processo de separação do gás natural para produzir negro de fumo, que é comumente usado em materiais como borracha, bem como hidrogênio, que pode ser usado para uma variedade de propósitos –neste caso, sendo combinado com nitrogênio para criar amônia.

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A planta que a Monolith está construindo atualmente produzirá cerca de 275 mil toneladas de amônia por ano, além de 180 mil toneladas de negro de fumo. Ela fará parte de uma grande fábrica localizada em Hallam, Nebraska, onde a empresa acaba de inaugurar sua primeira unidade de produção de negro de fumo. A construção deve começar no próximo ano e vai operar de forma que 100% de sua energia seja de fontes renováveis.

“Somos muito parecidos com um carro elétrico”, diz Rob Hanson, cofundador e CEO da Monolith Materials. “Não temos emissões diretas em nossa fábrica, mas, como um carro elétrico, o que importa é de onde vem sua eletricidade”.

Engenheiro de formação, Hanson fundou a empresa em 2012 junto com Pete Johnson, que conheceu enquanto trabalhavam na empresa de energia AREVA. Hanson explica que na época eles ainda não tinham uma ideia: “Começamos com uma folha de papel em branco”. Seu objetivo era encontrar um negócio que fosse ambientalmente transformador e financeiramente sustentável.

Foi durante a exploração de possibilidades e ideias que aprenderam sobre um processo químico denominado pirólise do metano, no qual o gás natural é aquecido sem ser exposto ao oxigênio. O calor força as moléculas a se dividirem em carbono, para um lado, e gás hidrogênio, para o outro. O hidrogênio pode ser vendido como está ou usado para diferentes aplicações.

O carbono é usado para fabricar negro de fumo de uma maneira sustentável. O processo existente, diz Hanson, produz muito dióxido de carbono. A proposta do modelo de negócio é competitivo em termos de custos, afirma ele, que diz que ganhar dinheiro com a venda do hidrogênio resultante é um bônus financeiro.

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“Se todo o processo se resumisse a produzir negro de fumo e hidrogênio fosse liberado, ainda seríamos competitivos”, diz ele.

A abordagem permitiu que a empresa levantasse cerca de US$ 274 milhões até o momento de empresas como Cornell Capital LLC, Warburg Pincus e Azimuth Capital Management, diz Hanson. Para o CEO, o capital foi suficiente para permitir que a empresa desenvolvesse sua tecnologia, colocasse sua primeira fábrica em Nebraska em funcionamento e passasse da fase de projeto e engenharia das instalações, bem como da capacidade de fabricação de amônia.

“Como uma investidora em crescimento, a Warburg Pincus foi atraída pela Monolith por causa de seu modelo econômico disruptivo e pelo compromisso de produzir químicos essenciais de uma maneira ambientalmente correta”, disse John Rowan, diretor da Warburg Pincus, à Forbes por e-mail. “A Monolith é um ótimo exemplo de empresas que continuam a liderar a transição energética”.

Por sua vez, Hanson fica satisfeito ao ver que a ideia original que ele e seus cofundadores colocaram naquele pedaço de papel em branco começou a dar frutos. “A amônia é um grande marco em nossa jornada, é um produto químico existente produzido por hidrogênio e que podemos transformar sua produção em um processo limpo”.

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