Vanguard abandona grupo que defende zerar emissões

7 de dezembro de 2022
Xuanyu Han/Getty Images

Vanguard administra cerca de US$ 7 trilhões em ativos

A Vanguard, maior administradora de fundos mútuos do mundo, afirmou hoje (7) que está se retirando de uma importante iniciativa da indústria de investimentos para combater mudanças climáticas, explicando que deseja demonstrar independência e esclarecer suas opiniões para os investidores.

Grandes investidores, incluindo a Vanguard, com sede na Pensilvânia, enfrentam pressão de republicanos dos Estados Unidos sobre o uso de fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) na escolha e gestão de títulos.

Um foco de crítica tem sido o esforço lançado em 2020 para incentivar empresas de fundos a atingir metas de emissão líquida zero até 2050 e limitar o aumento das temperaturas globais. Em novembro, o grupo tinha 291 signatários, representando cerca de US$ 66 trilhões em ativos sob gestão.

A saída da Vanguard, que administra cerca de US$ 7 trilhões em ativos, é um golpe para os esforços para organizar as indústrias para se afastarem dos combustíveis fósseis, embora o gestor do fundo tenha insistido que não afetará seu compromisso de ajudar investidores a enfrentar os riscos que a mudança climática pode representar para seus retornos de longo prazo.

Em maio, a Vanguard divulgou compromissos que havia assumido de acordo com os objetivos do grupo. Hoje, a Vanguard afirmou que iniciativas da indústria como o desse grupo, conhecido pela sigla NZAM, podem criar confusão.

“Decidimos nos retirar do NZAM para que possamos fornecer a clareza que nossos investidores desejam sobre o papel dos fundos de índice e sobre como pensamos independentemente sobre riscos materiais, incluindo riscos relacionados ao clima”, disse a Vanguard no comunicado.

A Vanguard não disponibilizou executivos para comentar. Mas sua declaração aborda uma crítica de alguns investidores e oficiais republicanos dos EUA de que esforços como o NZAM vão contra as regras antitruste. Essa preocupação já havia levado a controladora da NZAM, afiliada à ONU, a suavizar uma política de financiamento de combustíveis fósseis.

Rivais da Vanguard, incluindo BlackRock, assumiram a posição oposta e disseram que sua participação no NZAM não entra em conflito com sua independência.

Daniel Wiener, presidente da Adviser Investments em Newton, Massachusetts e observador de longa data da Vanguard, disse que a retirada da empresa mostra que falta um líder forte em questões ESG.

“Recuar é simplesmente Vanguard soprando com os ventos da mudança constante. Eles não têm uma personalidade forte como Fink para defender uma causa”, disse Wiener.